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Em Varsóvia, Biden questiona mudança estratégica russa e chama Putin de açougueiro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou neste sábado (26) com dois ministros ucranianos, em Varsóvia. Esta foi a primeira reunião de Biden com representantes de Kiev desde o início da ofensiva russa. Ele também esteve com refugiados ucranianos na Polônia e, comovido com o que viu, chamou o presidente russo Vladimir Putin de "açougueiro".

O presidente dos EUA, Joe Biden, visita refugiados ucranianos na Polônia, em 26 de março de 2022.
O presidente dos EUA, Joe Biden, visita refugiados ucranianos na Polônia, em 26 de março de 2022. © 网络图片
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Questionado sobre o anúncio das forças russas, de que pretendem "concentrar a maior parte de seus esforços no objetivo principal: a libertação do Donbass", o presidente dos EUA disse que "não tinha certeza" do que significava essa mudança de estratégia anunciada pelos russos. O Kremlin tem demonstrado sua intenção de "desmilitarizar" e "desnazificar" toda a Ucrânia, atacando diversas regiões do país e buscando ocupar sua capital, Kiev.

No final da manhã, Biden conversou em seu hotel com o chefe da diplomacia ucraniana Dmytro Kouleba, e o ministro da Defesa do país, Oleksii Reznikov, à margem de sua reunião com o secretário de Estado americano Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin. Eles discutiram, em particular "o compromisso dos Estados Unidos com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", revelou o porta-voz  do Departamento de Estado, Ned Price.

Kouleba disse então que deu a Biden um fragmento do míssil russo que atingiu a base de Yavoriv, ​​perto da fronteira polonesa. Tanto Blinken quanto Austin "prometeram apoio contínuo para atender às necessidades humanitárias, de segurança e econômicas da Ucrânia", afirmou Price em comunicado.

Nem um centímetro

O presidente americano se encontrou com o chefe da diplomacia ucraniana em Washington em 22 de fevereiro - dois dias antes do início da ofensiva russa. No segundo dia de sua visita oficial à Polônia, Biden esteve com o presidente polonês Andrzej Duda. Ele lhe assegurou que o artigo 5º do Tratado da Otan, estipulando que um ataque a um país membro é um ataque a todos, constituía um "dever sagrado" para os Estados Unidos, e preveniu Moscou: "Nem pense em avançar um centímetro em território da Otan".

Depois de seu encontro com os refugiados ucranianos recebidos no estádio nacional de Varsóvia, o presidente americano foi questionado sobre "o que ele pensava de Vladimir Putin, levando em conta o tratamento dado a essas pessoas". A resposta foi simples e direta: "Ele é um açougueiro".

Não é a primeira vez que o presidente americano usa esse tipo de termo para se referir a Vladimir Putin, que ele considera o principal responsável pela invasão russa na Ucrânia, que já causou milhares de mortes. Nos últimos dias, Biden o chamou duas vezes de "criminoso de guerra".

Visivelmente emocionado por seu encontro com os refugiados – incluindo duas pessoas que disseram ser de Mariupol, o porto no sudeste da Ucrânia destruído pelo bombardeio russo – Biden abraçou duas jovens refugiadas. Crianças "lindas" pediram que ele rezasse "pelo pai, avô e irmão", que ficaram em casa para lutar, disse o presidente americano.

"Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder"

O presidente norte-americano sublinhou que “sabe bem o que é ter alguém próximo em uma zona de guerra”, em referência ao seu filho Beau Biden, que morreu em 2015 de câncer e que tinha lutado no Iraque.

Antes de partir para Washington, no final do dia, Biden fez um discurso no Castelo Real de Varsóvia, quando declarou que Vladimir Putin não deve permanecer na Presidência após a invasão da Ucrânia: "Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder".

Falando diretamente aos russos, Joe Biden insistiu que não é o povo russo que ele vê como inimigo. "Se você estiver me ouvindo: você, o povo russo, não é nosso inimigo". "Eu me recuso a acreditar que você acolhe o assassinato de crianças e avós inocentes ou que você aceita que hospitais, escolas, maternidades sejam atingidos por mísseis e bombas. Esta guerra não é digna de vocês”, acrescentou.

Na sexta-feira (25), ele conheceu soldados americanos instalados no sudeste da Polônia, perto da fronteira com a Ucrânia, e ativistas de organizações humanitárias que vieram para apoiar os milhares de refugiados. Biden elogiou a coragem e a resiliência dos ucranianos, que, em sua opinião, lembram os eventos na Praça da Paz Celestial em 1989.

(Com informações da AFP)

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