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Iraque/Eleições

Em clima de violência, iraquianos votam em legislativas nesta quarta

Mais de 80 mortos e cem feridos em 24 horas. Este é o dramático balanço dos atentados em Bagdá nesta terça-feira (29), um dia antes de vinte milhões de eleitores irem às urnas votar na primeira eleição legislativa desde a partida das tropas americanas, em 2011. Feiras populares, seções eleitorais ou locais onde se encontram membros das forças da ordem são os alvos dos ataques.

Mulher vítima de uma bomba em um mercado popular é levada ao hospital em  Khanaqin, a nordeste de Bagdá, em 29 de abril de 2014.
Mulher vítima de uma bomba em um mercado popular é levada ao hospital em Khanaqin, a nordeste de Bagdá, em 29 de abril de 2014. Reuters/Yahya Ahmad
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O primeiro desafio dos políticos eleitos já está na mesa: diminuir a violência endêmica que tomou conta do país, tendo como pano de fundo as tensões entre xiitas e sunitas.

Para limitar os riscos, as autoridades decretaram cinco dias de feriado, de domingo (27) a quinta-feira (1° de maio), e nenhum carro tem autorização de circular na capital Bagdá durante esse período.

A segurança está no centro de todos os debates e o primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki, que concorre a um terceiro mandato, vem prometendo pôr um fim ao banho de sangue. "Todos os que acreditam na unidade do Iraque, que recusam o sectarismo e as milícias, e não aceitam agentes secretos estrangeiros, são considerados nossos parceiros", declarou Al-Maliki na televisão.

Instituições estagnadas

Em um relatório publicado na segunda-feira (28), o International Crisis Group (ICC) aponta que o premiê iraquiano soube tirar partido da ameaça terrorista para se fortalecer politicamente, em particular na província sunita de Al- Anbar, onde o poder não conseguiu recuperar a cidade de Fallujah, nas mãos de insurgentes desde janeiro deste ano.

"A crise salvou Nouri al-Maliki nestas legislativas", diz o relatório do ICC, analisando que o segundo mandato do premiê foi desastroso: nos últimos dois anos foram registrados aumento da violência, abusos das forças da ordem, inundações na capital e uma gestão catastrófica, diz o documento. Os iraquianos enfrentam o desemprego, a corrupção e a falta de serviços públicos, assim como uma espiral de violência sem fim.

As instituições estão praticamente paralisadas pela crise política, sendo que um número muito reduzido de leis foram votadas desde 2010.

A violência pré-eleitoral não é novidade no país. Há quatro anos, o panorama eleitoral foi igualmente marcado por uma série de atentados.

 

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