Tribunal pede pena de morte para Ben Ali, ex-presidente da Tunísia

O procurador do tribunal militar de Kef, no noroeste da Tunísia, pediu a pena capital contra o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, julgado por contumácia por seu papel na repressão à rebelião popular de janeiro de 2011, em que morreram 22 pessoas. Ben Ali fugiu em 14 de janeiro do mesmo ano para a Arábia Saudita.

O ex-presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita com a mulher Leila. Reuters/M.Hammi

"Cumplicidade de homicídio doloso" (com intenção de matar) foi a sentença pedida pelos advogados de acusação contra o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali. Penas severas também para os 22  outros acusados, antigos altos responsáveis do regime, considerados responsáveis pela morte de 22 pessoas em Thala e Kasserine, no centro-oeste do país.

Esta é a primeira vez que a pena de morte é pedida para o ex-presidente tunisiano, já condenado por contumácia pela justiça civil a mais de 66 anos de prisão, principalmente por tráfico de droga e abuso de dinheiro público.

No último julgamento em Kef, no final do ano passado, nenhum dos acusados reconheceu ter dado ordem de atirar, um responsabilizando o outro pelas mortes de civis que protestavam contra o regime.

Entre os inculpados estão o ex-ministro do Interior, Rafik Belhaj Kacem, o diretor da Segurança, Adel Tiouiri e o ex-chefe das Brigadas especiais, Jalel Boudriga.

Nesta quinta-feira, os advogados de defesa dos acusados devem apresentar seus argumentos ao tribunal.

Primavera Árabe

A revolta popular na Tunísia, em janeiro de 2011, foi seguida pela do Egito e acabou desencadeando a "Primavera Árabe", que atingiu a Líbia, o Iêmen e a Síria.