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Polícia francesa desmantela rede de pedofilia na internet que fez mais de 120 vítimas no país

A polícia da França apreendeu quase um milhão de fotos e vídeos de pornografia infantil em grupos de mensagens online. Seis homens foram indiciados por pedofilia e outros são investigados pelo estupro de uma menor de 15 anos.

Um policial da Divisão de luta contra crimes cibernéticos analisa site de conteúdo "sensível". (Imagem de ilustração)
Um policial da Divisão de luta contra crimes cibernéticos analisa site de conteúdo "sensível". (Imagem de ilustração) AFP - THOMAS COEX
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Segundo o jornal francês Le Parisien, a análise dos equipamentos de informática apreendidos ainda não foi concluída, mas os documentos já chegam a centenas de milhares. A emissora TF1 indica que 930 mil arquivos foram coletados.

De acordo com um comunicado de imprensa divulgado nesta quinta-feira (22) pela polícia, uma longa investigação permitiu desmantelar uma rede de pedófilos que fez mais de 120 vítimas menores, incluindo 22 francesas.

Seis homens, com idades entre 36 e 61 anos, foram indiciados por pornografia infantil, incluindo um na Bélgica.

A rádio France Inter informou que entre os suspeitos, estavam vários que já eram fichados por atos semelhantes. Alguns são pais de família.

A polícia disse ainda que, entre os presos, há indiciados pelo estupro de uma menor de 15 anos e pelo incentivo à prostituição de menores, informou a AFP.

Um dos homens era administrador de dois grupos de troca de fotos e vídeos de pedofilia no serviço russo de mensagens online ICQ. Os outros cinco eram membros desses grupos.

“Ameaças, chantagem, assédio”

A France Inter informa ainda que as investigações tiveram início quando agentes da cidade de Orleans, na região central do país, descobriram um grupo na internet, em agosto de 2022, no qual fotos de menores eram oferecidas. As imagens eram ambíguas, mas ainda não criminosas nesta fase.

Descobriram, então, “outras redes sociais e sistemas de mensagens seguros mais discretos”, onde os arquivos “são ilícitos”, mostrando uma vítima “que irá sofrer atos de natureza sexual, cometidos contra ela ou feitos por ela a pedido de adultos”, explicou o chefe da investigação.

Entre as vítimas identificadas, 22 crianças francesas têm entre 3 e 15 anos. Os membros dos grupos são suspeitos de terem cometido e encenado a violência visível em diversas imagens.

A investigação permitiu destacar ainda que cada um dos membros tinha um modo de ação distinto para conseguir os arquivos, indica a polícia. Eles utilizavam de “ameaças, chantagens, mas também assédio e simulações de tentativas de suicídio” para pressionar a criança ou adolescente a enviar fotos e vídeos, ou a praticar o ato sexual com eles, explica o comunicado.

Segundo a France Inter, alguns são suspeitos de se passarem por adolescentes para entrar em contato com as vítimas na Internet.

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“Uma das vítimas, por medo de represálias, aceitou o ato sexual”, explica a polícia.

Um dos presos “estuprou e agrediu sexualmente uma menina próxima durante três anos” enquanto outro “estuprou uma menor apelando a subterfúgios para obter o seu consentimento, recorrendo essencialmente à sua fragilidade emocional e à sua deficiência”.

“Continuamos analisando o equipamento apreendido”, disse um porta-voz à AFP. “Estamos no meio de uma longa investigação que está chegando ao fim, um grande caso”.

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