Após censuras à lei de imigração francesa, direita promete insistir em endurecimento de regras
Depois de meses de polêmicas na França, o governo do país promete promulgar a nova lei da imigração nesta sexta-feira (26), depois de uma série de ajustes feitos no texto pelo Conselho Constitucional, encarregado de analisar a constitucionalidade das medidas previstas. O assunto está nas capas dos principais jornais franceses na manhã desta sexta-feira.
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A nova legislação visa endurecer as condições de permanência de imigrantes na França e o acesso deles a serviços como saúde pública e benefícios sociais. O Libération avalia que a decisão do conselho, que retocou total ou parcialmente 35 dos 86 artigos da lei, torna a reforma “um fiasco”.
O jornal afirma que "os pontos mais criticados foram descartados, mas os direitos dos estrangeiros continuam a recuar" no país. “O projeto de lei terminou o seu percurso como ele começou, em setembro de 2022: numa vergonha”, diz o editorial, que define o texto original como “cruel e anti-humanista”.
Para Libération, a censura do Conselho Constitucional, ao mexer em 40% do projeto, "desautoriza" o Executivo, autor da proposta encaminhada ao Parlamento e aprovada em dezembro.
🗞️ «Loi immigration : leur fiasco » : voici la une du journal de vendredi
— Libération (@libe) January 25, 2024
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Direita 'censurada'
Já Le Figaro ressalta que a respeitada instituição, encarregada de chancelar a validade de novas leis, “censurou as contribuições da direita” ao projeto. Tratam-se do aumento dos prazos para que os estrangeiros possam solicitar benefícios sociais e a entrada do resto da família no território francês, assim como uma nova caução financeira que seria exigida dos estudantes estrangeiros e a restrição do acesso à cidadania francesa para filhos de imigrantes.
O Figaro salienta que “a França nunca recebeu tantos imigrantes quanto em 2023, mas mesmo assim o Conselho Constitucional vetou as medidas firmes acrescentadas pelos Republicanos”. O diário antecipa que o partido tradicional conservador pretende solicitar uma nova revisão constitucional da lei.
“Apesar da entrada em vigor do texto em breve, o dossiê da imigração está longe de ser fechado”, salienta o jornal.
Na capa do diário Parisien, um dos líderes republicanos, Laurent Wauquiez, pede “um referendo sobre a imigração”, para que "a última palavra seja a do povo". Ele alega que “a decisão do conselho esvaziou o conteúdo da lei, aprovado por dois terços do Parlamento, apoiados pelos franceses”.
📰 La une du Parisien du 26 janvier
— Le Parisien (@le_Parisien) January 26, 2024
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