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Jornal destaca 150 personalidades públicas francesas que são contra a nova lei de imigração

Desde o início desta semana, após a aprovação, no dia 19 de dezembro, por maioria, da lei de imigração mais rigorosa de todos os tempos no Parlamento francês, os jornais não falam de outro assunto. Nesta sexta-feira (22), algumas capas das principais publicações diárias relatam os ânimos inflamados no meio político e as repercussões na sociedade civil.

A Lei de Imigração foi adotada pelo Parlamento na terça-feira, 19 de dezembro de 2023.
A Lei de Imigração foi adotada pelo Parlamento na terça-feira, 19 de dezembro de 2023. AFP - LUDOVIC MARIN
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O jornal de esquerda L'Humanité critica o presidente francês Emmanuel Macron ao afirmar que "na última eleição presidencial, milhões de votos foram dados a ele no segundo turno para bloquear a candidata da extrema direita, Marine Le Pen". No entanto, segundo o jornal, a lei de imigração aprovada na terça-feira (19) é "um verdadeiro trampolim para a ideologia nacionalista da extrema direita", e ainda afirma ser "uma traição" à população por parte do governo.

L'Humanité traz ainda na sua página principal da versão on-line um abaixo-assinado como um apelo à Macron para paralisar a aplicação da nova lei, que restringe diversos direitos e benefícios concedidos aos imigrantes não europeus.

A lista tem os nomes de 150 personalidades públicas como artistas, atores, cineastas e até a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e a escritora ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, Annie Ernaux. Além das personalidades, o jornal acrescenta que mais de 7 mil cidadãos já assinaram o apelo. 

Uma reportagem do Le Monde, que traz o líder francês na página principal, aponta o racha no governo, citando o pedido de demissão do ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, que alegou que a lei “abala as bases” das suas convicções pessoais, ao restringir o acesso dos imigrantes a cuidados médicos gratuitos.

O diário destaca as acusações feitas a Macron pela esquerda sobre ter sacrificado os valores republicanos para garantir a votação da lei de imigração na terça-feira. E o fato de o chefe de Estado ter chamado a lei de "corajosa"

O jornal Libération enfatiza as 32 regiões francesas socialistas e de esquerda que estão pensando em como compensar as injustiças sociais que podem resultar da aplicação da futura lei de imigração, principalmente no que tange ao acesso à saúde pública. 

A AME, ajuda médica do Estado para pessoas em situação irregular, não será abolida, mas sofrerá reformas em 2024, segundo informações divulgadas pela primeira-ministra da França, Élisabeth Borne. Espera-se que as mudanças da AME restrinjam o acesso à saúde e afetem quem precisa de acompanhamento médico regular.

A nova lei de imigração ainda será avaliada pelo Conselho Constitucional francês, que pode vetar algumas das medidas.  

Parlamentares de esquerda seguram cartazes com os dizeres "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" depois que a Lei de Imigração foi aprovada pelo Parlamento em 19 de dezembro de 2023.
Parlamentares de esquerda seguram cartazes com os dizeres "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" depois que a Lei de Imigração foi aprovada pelo Parlamento em 19 de dezembro de 2023. AFP - LUDOVIC MARIN

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