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França quer oferecer consultas ginecológicas e espermogramas a jovens para frear “epidemia de infertilidade”

Uma consulta de prevenção deve fazer parte do plano de combate à “epidemia da infertilidade", anunciado pelo presidente Emmanuel Macron. As medidas serão divulgadas “dentro de seis meses no máximo”, de acordo com o Palácio do Eliseu. A visita ao médico deve ser proposta a jovens de 25 anos e o governo afirma que não serão obrigatórias.

Uma consulta de prevenção deve fazer parte do plano de combate à “epidemia” da infertilidade, anunciado pelo presidente Emmanuel Macron.
Uma consulta de prevenção deve fazer parte do plano de combate à “epidemia” da infertilidade, anunciado pelo presidente Emmanuel Macron. Getty Image
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Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee), de que a taxa de natalidade da França em 2023 foi a mais baixa desde a Segunda Guerra Mundial, causaram grande preocupação no governo francês. A resposta de Emmanuel Macron não tardou. Para responder à possível consequência da infertilidade – problema que descreveu como “o tabu do século” – na demografia da França, o presidente anunciou, em 16 de janeiro, que seria “iniciado um grande plano de combate a esta epidemia” para permitir um “rearmamento demográfico”.

Após este anúncio, que “elimina um duplo tabu” sobre um fenômeno íntimo e que diz respeito tanto a mulheres como a homens, “o grande plano de combate à infertilidade terá de ser trabalhado rapidamente pelo governo”, informou segunda-feira (22) o Palácio do Eliseu a jornalistas, afirmando que “a divulgação do plano será no prazo máximo de seis meses”.

O conteúdo do plano ainda não está definido, mas “vários caminhos já estão sendo considerados”. A base é o relatório sobre infertilidade apresentado ao governo em fevereiro de 2022, e co-dirigido pelo professor Samir Hamamah, chefe do departamento de biologia reprodutiva do Hospital Universitário de Montpellier, no sudeste da França, e por Salomé Berlioux , fundadora da associação Chemins d'avenirs, que aconselha jovens do interior da França.

Consciência

O Eliseu diz querer “um efeito sinalizador” e “uma consciência um pouco generalizada” do fenômeno da infertilidade, e sublinha que “não se trata de uma ordem para ter filhos”, mas sim de um desejo de “apoiar as pessoas que querem ter filhos”.

Um dos caminhos, seria contar com consultas de prevenção acessíveis a jovens em idades-chave oferecidas pela saúde pública, neste caso durante a consulta dos 25 anos, onde “os médicos vão sugerir a realização de um exame ginecológico” ou “um espermograma, integralmente reembolsado pela Segurança Social”, segundo a mesma fonte.

Com estas consultas, possíveis “a partir de 2024”, reembolsadas pelo sistema de saúde, mas “não obrigatórias”, o objetivo é “alcançar o maior número de pessoas possível” na faixa etária dos 25 anos.

A medida não substitui outras abordagens de indivíduos ou casais em relação à fertilidade, esclareceu o gabinete do presidente.

O futuro plano sobre a infertilidade incluirá também uma “parte importante a explorar, sobre os desreguladores endócrinos, que fazem parte dos elementos que explicam o aumento da infertilidade”, segundo o Eliseu.

Outras medidas em reflexão pelo governo são o apoio às pessoas em processo de reprodução assistida, que pode afetar gravemente a vida no trabalho.

Cerca de 3,3 milhões de franceses seriam diretamente afetados pela infertilidade, de acordo com o relatório de 2022.

Cerca de um em cada quatro casais que desejam ter filhos na França não consegue engravidar após 12 meses ou mais de tentativas, período que corresponde à definição de infertilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS).

(Com AFP)

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