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Macron encontra famílias de crianças atingidas por refugiado sírio em Annecy

O presidente francês, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte, visitaram sexta-feira (9) em Grenoble (sudeste da França) os familiares de três das quatro crianças hospitalizadas na quinta-feira (8) depois de serem feridas gravemente em um ataque a facadas por um homem em um parque infantil na cidade de Annecy. As crianças, com entre 2 e 3 anos, seguem internadas e seu estado de saúde é estável, disse a primeira-ministra Élisabeth Borne. 

Presidente francês, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte Macron, estiveram no Hospital Universitário de Grenoble, onde encontraram as famílias de crianças feridas durante ataque a facadas em Annecy. (09/06/2023)
Presidente francês, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte Macron, estiveram no Hospital Universitário de Grenoble, onde encontraram as famílias de crianças feridas durante ataque a facadas em Annecy. (09/06/2023) AFP - BENOIT LAGNEUX
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Das quatro crianças feridas, uma é britânica e outra holandesa. Com idades entre 22 e 36 meses, elas foram transferidas para Genebra e Grenoble (sudeste) após os primeiros socorros no local. Todas tiveram de ser operadas, informou nesta manhã o porta-voz do governo francês, Olivier Véran, acrescentando que duas delas estavam em "urgência vital", ou seja, com risco de morte. 

O ataque à faca, ocorrido em plena luz do dia em um movimentado parque da cidade à beira do lago, causou forte comoção na França. Na quinta-feira, Emmanuel Macron denunciou um "ataque de covardia absoluta” que “chocou a nação”. A primeira-ministra, Elisabeth Borne, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin, estiveram no local horas depois do ataque.

As motivações do agressor, um refugiado sírio nascido em 1991, permanecem incertas. A a promotoria francesa avalia que, até o momento, o ato parece não ter "motivo terrorista aparente”.

O homem, que passou a noite sob custódia policial e continuará detido por pelo menos três dias, não estava sob efeito de entorpecentes ou álcool no momento em que atingiu as crianças e dois adultos a facadas. Sem endereço fixo, ele estava em Annecy desde novembro de 2022. Um exame psiquiátrico está marcado para esta sexta-feira, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin.

"A investigação em andamento determinará o motivo", disse a promotora de Annecy, Line Bonnet-Mathis, na quinta-feira, acrescentando que "não pode descartar um ato sem sentido”.

“Cristão da Síria”

Abdalmasih H. obteve asilo na Suécia em 2013, onde viveu por 10 anos. "Ele não conseguiu a cidadania sueca, então decidiu deixar o país. Nós nos separamos porque eu não queria sair da Suécia", disse sua ex-mulher à AFP.

O homem é pai de uma criança de 3 anos e estava em situação legal quando chegou à França. Em um novo pedido de asilo apresentado no país, ele se declarou um "cristão da Síria", segundo uma fonte policial. O agressor usava uma cruz cristã quando foi preso.

Segundo Gérald Darmanin, as autoridades francesas o notificaram no último domingo, 4 de junho, de que não poderia obter asilo na França por já tê-lo na Suécia. Questionado sobre a possível ligação entre essa recusa e a atuação, o ministro falou de uma "coincidência preocupante".

O suspeito sofria de "grave depressão", declarou à AFP sua mãe, que vive nos Estados Unidos há dez anos. Segundo ela, a recusa das autoridades suecas em conceder sua cidadania "provavelmente o deixou louco".

Motivação terrorista questionada

Utilizando uma "faca dobrável tipo Opinel", o assaltante, de calções pretos e lenço azul atado à cabeça, atacou as crianças e levantou os braços para o céu, gritando em inglês "in the name of Jesus!", segundo imagens da tragédia autenticadas pela AFP.

O grito não justifica por si só um encaminhamento para o processo antiterrorista, de acordo com uma fonte especialista no assunto. No passado, outros casos de ataques em que os indivíduos gritaram "Allah akbar" (Deus é o maior) não foram tratados como atentados islamistas quando não havia indícios de uma ideologia jihadista, segundo a mesma fonte.

Em Annecy, um pequeno altar improvisado com velas, rosas brancas e mensagens foi erguido na noite de quinta-feira em uma parte do playground onde ocorreu o ataque. O ataque também provocou uma avalanche de reações no mundo político, com políticos de direita e de extrema direita destacando a origem e a condição imigratória do agressor, de refugiado.

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