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Nova subvariante da ômicron e chegada do inverno podem antecipar 9ª onda de Covid-19 na França

A França verifica com preocupação um aumento significativo dos casos de Covid-19 e hospitalizações. Com a queda das temperaturas e uma nova variante, o vírus voltou ao centro do debate público francês, quase três anos após o início da pandemia, reacendendo os temores pelos mais vulneráveis.

Uma mulher recebe uma vacina contra a Covid-19 em uma farmácia em Paris, em 19 de outubro de 2022. (Foto de Christophe ARCHAMBAULT / AFP)
Uma mulher recebe uma vacina contra a Covid-19 em uma farmácia em Paris, em 19 de outubro de 2022. (Foto de Christophe ARCHAMBAULT / AFP) AFP - CHRISTOPHE ARCHAMBAULT
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A pandemia de Covid-19, que teve uma breve pausa na França após uma onda no início do outono no hemisfério Norte, está recomeçando. Na sexta-feira (25), foram registrados 48.629 novos casos da doença, contra 33.177 novos casos na sexta-feira anterior, um aumento de 46%.

A atual recuperação da pandemia já se reflete em uma "retomada do aumento de novas hospitalizações e internações em cuidados críticos", após "quatro semanas de declínio", observou a agência de Saúde francesa, a Santé Publique France, em sua última atualização semanal. Mais de 4.500 hospitalizações foram registradas durante os últimos sete dias.

"O famoso R, a taxa de reprodução da Covid, está há vários dias acima de 1, o que significa que a incidência do número de casos está aumentando: estamos no início de uma curva mais ou menos exponencial", disse Pascal Crépey, epidemiologista da Ecole des Hautes Etudes de Santé Publique.

"Isto não é muito surpreendente porque esta época do ano é a mais favorável para a transmissão do vírus", acrescentou.

Podemos falar de uma 9ª onda?

"Estamos em um patamar elevado", disse Brigitte Autran, presidente da Covars (o órgão que sucedeu o Conselho Científico) na segunda-feira (28), recusando-se a tomar uma decisão, por enquanto, sobre se deve ser chamada de "rebote" ou de "nova" onda.

Para alguns especialistas, não há dúvida: "Uma nona onda está se formando na França e mais geralmente na Europa, Sudeste Asiático e América do Norte", disse Antoine Flahault, diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra.

Uma onda "impulsionada na França pela subvariante BQ.1.1 da ômicron, responsável pelo recente aumento das infecções, mas também das hospitalizações", segundo ele. A BQ.1.1 está gradualmente substituindo a BA.5 nas infecções dentro da França.

Qual é o cenário para o futuro?

Sempre foi difícil prever a evolução da pandemia. Mais uma vez, é "complicado prever o que vai acontecer", diz Pascal Crépey. Na França, "se nos basearmos nos anos anteriores, podemos esperar que a curva continue a subir e que as férias de Natal ofereçam uma primeira pausa", graças às férias escolares, segundo Antoine Flahault.

Entre as incógnitas, a sub-variante BQ1.1, que poderia tornar-se predominante, mais ou menos transmissível ou resistente aos anticorpos da vacinação ou de uma infecção anterior.

Estamos melhor armados do que antes contra a Covid-19?

Sem dúvida. As oito primeiras ondas proporcionaram uma certa imunidade à população, que de outra forma é amplamente vacinada, mas está atrasada para as segundas doses de reforço.

Os tratamentos provaram sua eficácia, notadamente o Paxlovid, do laboratório Pfizer, um antiviral que impede que a doença progrida para formas graves. Mas deve ser prescrito mais às pessoas em risco, lembra Brigitte Autran.

"A situação é mais favorável do que há três anos, mas paradoxalmente mais complexa", disse Pascal Crépey. Isto porque "não medimos bem o nível de imunidade da população hoje e há mais variantes circulando".

Quais são os riscos?

Entre os 60-79 anos, apenas 37% são considerados protegidos pela vacinação ou por uma infecção anterior; entre aqueles com 80 ou mais anos, 21%, de acordo com o Ministério da Saúde e Prevenção da França.

"Os níveis de vacinação hoje "não são suficientes", disse o ministério em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (29). "Ainda há três semanas de mobilização antes do Natal, é agora que isso se decide", disse.

Além disso, se o número total de pacientes hospitalizados (menos de 19.000) permanecer significativamente inferior aos níveis mais altos observados este ano, esta recuperação corre o risco de atingir um sistema de saúde já em dificuldade. O sistema hospitalar está sendo testado por uma epidemia de bronquiolite em uma escala sem precedentes, enquanto a gripe sazonal, que está no horizonte, está causando temores do impacto de uma "epidemia tripla".

(Com AFP)

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