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Reforma da Previdência

Greve dos lixeiros contra reforma da Previdência deixa toneladas de sujeira nas ruas de Paris

Lixeiras que transbordam, calçadas sujas, cheiro insuportável: as ruas da capital francesa também enfrentam a revolta dos trabalhadores contra a reforma da Previdência que o governo pretende adotar. Há dez dias, lixeiros e agentes de limpeza realizam uma greve sem previsão para ter fim.

Devido à greve dos lixeiros, detritos se acumulam nas ruas de Paris e arredores há dez dias.
Devido à greve dos lixeiros, detritos se acumulam nas ruas de Paris e arredores há dez dias. REUTERS/Charles Platiau
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Após a paralisação dos transportes públicos, agora é a vez dos lixeiros pressionarem o governo. Nas calçadas de Paris e região, toneladas de detritos se acumulam. Seis dos sete fornos de incineração de lixo também pararam de funcionar.

Lixeiros e agentes de limpeza são contra o projeto de reforma da Previdência do governo francês, que promete uniformizar os 42 diferentes regimes de aposentadoria existentes. Se for aprovado, o plano do Executivo prevê eliminar o reconhecimento da periculosidade da profissão, um mecanismo que permite que a categoria possa atualmente se aposentar mais cedo. Um dos argumentos utilizados é que a esperança de vida dos lixeiros é sete anos menor do que a média nacional.

“Não sabemos o que fazer com o lixo”

A paralisação da categoria, ignorada há dez dias pelas autoridades francesas, toma como refém os moradores de Paris, que já enfrentaram quase dois meses de greve dos transportes públicos. "Estamos deixando o lixo no porão porque não sabemos mais o que fazer com ele. Se a greve continuar, nossa situação vai ficar complicada", diz Léon Castro, empregado em um restaurante da capital.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, pediu que o governo intervenha, restabelecendo ao menos a incineração do lixo nos depósitos. Segundo a Syctom, agência que gerencia os detritos de seis milhões de moradores da região parisiense, a Secretaria de Segurança Pública pediu que novos funcionários sejam empregados - entre 300 e 350 pessoas - para permitir o retorno a um funcionamento mínimo do serviço.

Na última sexta-feira (31), o tribunal administrativo rejeitou um pedido da central sindical CGT (Confederação Geral do Trabalho) contra a realização de um serviço de coleta parcial e mínimo que prevê a contratação de empregados de uma empresa particular. A prefeitura também instalou lixeiras extras para "incitar as pessoas ao civismo".

Greve em Marselha

Marselha, no sul da França, também é palco de uma greve dos lixeiros. Cerca de três mil toneladas de lixo se acumulam nas ruas da cidade. A prefeitura local também afirma que além da interrupção da coleta, "25 grevistas bloqueam há dez dias os centros de triagem de detritos".

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