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Bombardeios russos a portos ucranianos destroem 270 mil toneladas de grãos

Os repetidos ataques russos aos portos marítimos e fluviais ucranianos destruíram “270 mil toneladas de grãos” em um mês, disse o ministro ucraniano da Infraestrutura, Oleksandr Kubrakov, na quarta-feira (23).

Navio parte do porto de Odessa com 26 000  toneladas de milho, em direção ao Líbano e Turquia.
Navio parte do porto de Odessa com 26 000 toneladas de milho, em direção ao Líbano e Turquia. © AP/SIPA
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“No total, foram destruídas 270 mil toneladas de cereais durante o mês de ataques aos portos”, indicou o ministro no Facebook, denunciando um duro golpe “contra os países da África e da Ásia, que já registram a falta de alimentos”.

Estes bombardeamentos russos em grande escala, oito no total, segundo o ministro, começaram depois da Rússia ter abandonado, em julho, o acordo que permitiu à Ucrânia exportar a sua produção agrícola, essencial para a segurança alimentar mundial.

Durante a noite, o exército russo realizou um novo ataque contra o porto de Izmail, localizado no Danúbio, que deságua no Mar Negro, onde as forças de Moscou estão amplamente presentes: “13 mil toneladas de grãos foram destruídas”, lamentou Kubrakov.

“Vários terminais de grãos e armazéns privados foram danificados, assim como infraestruturas de carga”, detalhou o ministro. Na terça-feira, a Rússia afirmou ter “destruído” dois navios militares ucranianos no Mar Negro.

Na semana passada, Kiev organizou um corredor marítimo para o "Joseph Schulte", um navio de carga que chegou à Turquia, apesar das ameaças russas de atacar todos os barcos que partem ou chegam aos portos sob controle do governo ucraniano. Antes disso, a Rússia havia disparado tiros de advertência, em 13 de agosto, contra um navio cargueiro que se dirigia ao porto de Izmail.

Ucrânia ataca sistema de defesa antiaérea russo

A inteligência militar ucraniana disse na manhã de quarta-feira que destruiu um poderoso sistema de defesa antiaérea russo na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. As autoridades russas, que raramente confirmam as suas perdas, não comentaram o ataque, mas blogs militares russos influentes o confirmaram.

De acordo com a inteligência militar ucraniana, o ataque ocorreu perto da aldeia de Olenivka, na península de Tarkhankut, no oeste da Crimeia.

Transmitindo imagens de uma grande explosão, filmadas por drone, Kiev afirma que “o lançador, os mísseis e o pessoal foram eliminados”, desferindo “um doloroso golpe no sistema de defesa antiaérea do ocupante”.

Segundo o blog militar russo no Telegram Rybar, que conta com 1,18 milhão de assinantes, o ataque pode ter sido realizado a partir de um navio ucraniano. “Novamente surge a questão de como os navios ucranianos podem estar muito perto da costa da Crimeia”, comentou o Rybar.

O blog também observa que, embora a Rússia tenha dito na terça-feira que destruiu dois navios ucranianos no Mar Negro, “não é suficiente”. “A frota ucraniana deve ser sistematicamente destruída”, continua a publicação.

Outro influente blog militar, Voenny Osvedomitel, acredita que há motivos para questionar a “qualidade das defesas antiaéreas russas” numa região chave para o fornecimento às forças russas em outras áreas ocupadas da Ucrânia.

O exército ucraniano tem aumentado os ataques na Crimeia e nas regiões fronteiriças russas há semanas. Os ataques de drones também aumentaram em número, mesmo que os dispositivos sejam geralmente neutralizados sem causar vítimas ou grandes danos.

Moscou vivenciou outro ataque desse tipo durante na noite de terça para quarta-feira, pelo sexto dia consecutivo. À tarde, outras duas aeronaves foram abatidas no céu da região de Kaluga, localizada a 180 km a sudoeste da capital.

Estes ataques ocorrem num momento em que a Ucrânia está envolvida numa contra-ofensiva árdua e em grande escala para tentar retomar os territórios ocupados no leste e no sul do país.

Zelensky promete acabar com ocupação russa

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu na quarta-feira acabar com ocupação russa na península da Crimeia e em todas as regiões controladas pela Rússia na Ucrânia. 

“A Crimeia não estará mais ocupada, assim como as outras regiões da Ucrânia que, infelizmente, continuam sob o jugo do ocupante”, declarou o presidente durante uma conferência internacional sobre a Crimeia.

A anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 não foi reconhecida pela maior parte da comunidade internacional.

(Com informações da AFP)

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