Navio de grãos da Ucrânia chega à Turquia; Rússia derruba drones ucranianos em Moscou e no Mar Negro
Um primeiro navio com grãos da Ucrânia chegou na quinta-feira (17) a Istambul, desde o abandono do acordo por parte da Rússia. Moscou afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequentes das tropas de Kiev nas últimas semanas.
Publicado em:
O primeiro navio de carga a deixar a Ucrânia após o fim do acordo de grãos e cereais chegou a Istambul nesta quinta-feira (17), apesar do bloqueio russo.
O navio "Joseph Schulte", de bandeira de Hong Kong, deixou o porto ucraniano de Odessa (sul) na quarta-feira, apesar da ameaça russa de afundar qualquer embarcação que descumprisse sua decisão, tomada no final de julho, de encerrar o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos.
O navio usa "um novo corredor humanitário" estabelecido pela Ucrânia, afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
No último fim de semana, a Rússia disparou tiros de advertência contra o "Sukru Okan", um navio de carga de bandeira do Palau, mas pertencente a uma empresa turca, que se dirigia para Izmail, um porto do Danúbio, no sul da Ucrânia.
O governo turno quebrou, nesta quinta-feira, quatro dias de silêncio sobre o caso.
"Alertamos adequadamente nossos interlocutores da Federação da Rússia que (...) esse tipo de ação poderia provocar uma escalada de tensões no Mar Negro", informou a Presidência turca.
Moscou intensificou seus ataques às infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio desde que se retirou do acordo, que estava em vigor desde julho de 2022, quatro meses após o início da invasão da Rússia à ex-república soviética.
Negociado com a mediação da ONU e da Turquia, o acordo permitia o transporte de grãos ucranianos a partir do sul do país.
A Ucrânia e a Rússia são grandes exportadores de cereais e óleos vegetais. O acordo ajudou a baixar os preços mundiais dos alimentos e garantiu à Ucrânia uma importante fonte de renda para os esforços bélicos.
Drones ucranianos
"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.
"Os destroços do drone caíram na área do centro de exposições e não provocaram danos significativos ao edifício nem fez vítimas", acrescentou o prefeito.
O Ministério da Defesa russo atribuiu a ação a Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4h da madrugada (22h da quinta-feira, em Brasília) contra "alvos em Moscou e sua região".
O centro de exposições, na zona oeste da cidade e a apenas 5 km do Kremlin, recebe diversos congressos profissionais.
A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.
A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea russa interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.
Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.
Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro