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Navio de grãos da Ucrânia chega à Turquia; Rússia derruba drones ucranianos em Moscou e no Mar Negro

Um primeiro navio com grãos da Ucrânia chegou na quinta-feira (17) a Istambul, desde o abandono do acordo por parte da Rússia. Moscou afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequentes das tropas de Kiev nas últimas semanas.

O navio porta-contêineres Joseph Schulte, com bandeira de Hong Kong, transita pelo Bósforo, em Istambul, em 18 de agosto de 2023. O navio deixou o porto de Odessa na quarta-feira (16), e é a primeira embarcação a desafiar diretamente a nova tentativa da Rússia de fechar o acesso da Ucrânia ao Mar Negro.
O navio porta-contêineres Joseph Schulte, com bandeira de Hong Kong, transita pelo Bósforo, em Istambul, em 18 de agosto de 2023. O navio deixou o porto de Odessa na quarta-feira (16), e é a primeira embarcação a desafiar diretamente a nova tentativa da Rússia de fechar o acesso da Ucrânia ao Mar Negro. AFP - YASIN AKGUL
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O primeiro navio de carga a deixar a Ucrânia após o fim do acordo de grãos e cereais chegou a Istambul nesta quinta-feira (17), apesar do bloqueio russo.

O navio "Joseph Schulte", de bandeira de Hong Kong, deixou o porto ucraniano de Odessa (sul) na quarta-feira, apesar da ameaça russa de afundar qualquer embarcação que descumprisse sua decisão, tomada no final de julho, de encerrar o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos.

Os sites de navegação mostraram o porta-contêineres na reta final de sua viagem, que passou por águas controladas por Romênia e Bulgária -dois países da Otan-, evitando águas internacionais.

O navio usa "um novo corredor humanitário" estabelecido pela Ucrânia, afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

No último fim de semana, a Rússia disparou tiros de advertência contra o "Sukru Okan", um navio de carga de bandeira do Palau, mas pertencente a uma empresa turca, que se dirigia para Izmail, um porto do Danúbio, no sul da Ucrânia.

O governo turno quebrou, nesta quinta-feira, quatro dias de silêncio sobre o caso.

"Alertamos adequadamente nossos interlocutores da Federação da Rússia que (...) esse tipo de ação poderia provocar uma escalada de tensões no Mar Negro", informou a Presidência turca.

Moscou intensificou seus ataques às infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio desde que se retirou do acordo, que estava em vigor desde julho de 2022, quatro meses após o início da invasão da Rússia à ex-república soviética.

Negociado com a mediação da ONU e da Turquia, o acordo permitia o transporte de grãos ucranianos a partir do sul do país.

A Ucrânia e a Rússia são grandes exportadores de cereais e óleos vegetais. O acordo ajudou a baixar os preços mundiais dos alimentos e garantiu à Ucrânia uma importante fonte de renda para os esforços bélicos.

Drones ucranianos

"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

"Os destroços do drone caíram na área do centro de exposições e não provocaram danos significativos ao edifício nem fez vítimas", acrescentou o prefeito.

O Ministério da Defesa russo atribuiu a ação a Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4h da madrugada (22h da quinta-feira, em Brasília) contra "alvos em Moscou e sua região".

O centro de exposições, na zona oeste da cidade e a apenas 5 km do Kremlin, recebe diversos congressos profissionais.

A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.

Os ataques com drones da Ucrânia contra territórios russos aumentaram nas últimas semanas, mas geralmente não provocam vítimas ou grandes danos.

A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea russa interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.

Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.

Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".

 

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