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Na Suécia, polícia autoriza protesto que planeja queimar Bíblia e Torá

A polícia sueca autorizou, nesta sexta-feira (14), a realização de um protesto em frente à embaixada israelense de Estocolmo em que três pessoas planejam queimar uma cópia da Bíblia e uma cópia da Torá. A decisão foi condenada por Israel e por organizações judaicas, que denunciam "antissemitismo" no ato.

Uma manifestação autorizada pela polícia sueca pretende queimar um exemplar da Bíblia e um do Torá em frente à embaixada israelense de Estocolmo. (Foto ilustrativa)
Uma manifestação autorizada pela polícia sueca pretende queimar um exemplar da Bíblia e um do Torá em frente à embaixada israelense de Estocolmo. (Foto ilustrativa) AP - Steve Griffin
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Na petição apresentada à polícia, os organizadores da manifestação afirmam pretender queimar os dois textos religiosos em resposta à queima do Alcorão diante da mesquita de Estocolmo em junho, um ato que provocou a ira do mundo muçulmano.

O protesto está previsto para acontecer neste sábado, por volta das 13h (horário local). Israel pediu ao governo sueco que impeça a realização do ato.

Segundo a polícia, a autorização não foi concedida para a queima de textos religiosos, mas para a reunião pública durante a qual será expressa "uma opinião", como garantido pelo direito constitucional à liberdade de reunião.

"A distinção é importante", acrescentou a porta-voz da polícia de Estocolmo, Carina Skagerlind.

O direito de manifestação é algo enraizado na Suécia, país que revogou as leis contra a blasfêmia ainda na década de 1970. A polícia autoriza protestos desde que considere que sua realização não cause grandes distúrbios ou coloque em risco a segurança pública.

Israel condena autorização

A autorização para essa manifestação, no entanto, foi condenada por Israel e por organizações judaicas.

"Condenei a queima do Alcorão, que é sagrado para os muçulmanos em todo o mundo, e hoje meu coração se parte ao pensar que o mesmo destino aguarda a Bíblia judaica, o livro eterno do povo judeu", reagiu o presidente israelense, Isaac Herzog.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, afirmou estar em contato com as autoridades suecas para que o protesto não ocorra.

Yaakov Hagoel, presidente da Organização Sionista Mundial, disse que a autorização dada pela polícia não garantia "a liberdade de expressão, mas o antissemitismo".

Queima do Alcorão

Em 28 de junho, um refugiado iraquiano na Suécia queimou algumas páginas de um exemplar do Alcorão do lado de fora da maior mesquita de Estocolmo durante o Eid al-Adha, um festival celebrado pelos muçulmanos em todo o mundo.

Esse evento desencadeou uma série de reações no mundo muçulmano e, na quarta-feira, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou uma resolução condenando a queima do Alcorão e outros atos de ódio religioso.

(Com informações da AFP)

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