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Naufrágio no Canal da Mancha: 43 pessoas são resgatadas; quatro morreram

Ao menos quatro pessoas morreram e 43 foram resgatadas em uma operação nesta quarta-feira (14) no Canal da Mancha, entre França e Reino Unido, após o naufrágio de uma embarcação que transportava migrantes sem documentos. Alertada durante a madrugada sobre um "incidente com uma pequena embarcação na costa de Kent", sudeste da Inglaterra, a Guarda Costeira britânica iniciou uma "operação de busca e resgate".

Bote inflável deixa a costa do norte da França para atravessar o Canal da Mancha em novembro de 2021. (Foto ilustrativa)
Bote inflável deixa a costa do norte da França para atravessar o Canal da Mancha em novembro de 2021. (Foto ilustrativa) REUTERS - GONZALO FUENTES
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França e Reino Unido registram há vários dias uma onda de frio intenso, com temperaturas que caíram a 10 graus negativos, o que provocava o temor de um balanço elevado de vítimas nas águas gélidas que separam os dois países.

Navios e equipes de emergência de várias cidades da região foram mobilizados, assim como dois helicópteros britânicos e um francês. As autoridades do norte da França também informaram que uma patrulha da Marinha foi enviada como reforço.

Quase seis horas depois, a operação conseguiu resgatar 43 pessoas, informou a imprensa britânica, com base em fontes governamentais, sem revelar a idade e a origem dos migrantes.

"Quatro mortes foram confirmadas no incidente", disse uma fonte do governo. O primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, expressou sua "dor" pelo naufrágio e a "trágica perda de vidas".

Botes com migrantes

O termo "pequena embarcação" é usado no Reino Unido como referência aos botes com migrantes que tentam cruzar o Canal da Mancha da França em direção à costa da Inglaterra.

As imagens exibidas por canais de televisão britânicos mostraram o resgate de migrantes no meio da noite em um bote inflável, que não tinha capacidade para transportar dezenas de pessoas.

Desde o início do ano, quase 45.000 migrantes tentaram fazer a travessia perigosa, contra 30.000 no ano passado.

Um naufrágio em novembro do ano passado matou vários migrantes no Canal da Mancha. Na madrugada de 24 de novembro de 2021, 27 migrantes com idades entre 7 e 46 anos - 16 curdos do Iraque, um curdo do Irã, quatro afegãos, três etíopes, um somali, um egípcio e um vietnamita - morreram no naufrágio de um bote inflável na costa francesa quando tentavam chegar à Inglaterra.

Apenas dois passageiros, um curdo iraquiano e um sudanês, foram resgatados com vida.O jornal francês Le Monde afirmou que os migrantes fizeram 15 ligações para as autoridades francesas para pedir ajuda, sem sucesso.

Ao menos 205 migrantes morreram ou desapareceram ao atravessar o Canal da Mancha desde 2014, de acordo com o Projeto Migrantes Desaparecidos da ONU.

Tensão entre Londres e Paris

As travessias de migrantes sem documentos pelo Canal da Mancha, da França em direção ao Reino Unido, são motivo de tensão entre os governos de Paris e Londres.

O tema è particularmente delicado para os conservadores britânicos, que prometeram reforçar o controle de suas fronteiras após o Brexit - que entrou em vigor no início de 2021 -, mas não conseguiram e observam o aumento do número de migrantes sem documentos.

Para tentar reduzir a tendência, os dois países assinaram em novembro um acordo que inclui um pacote de € 72,2 milhões que os britânicos pagarão à França em 2022-2023, com o objetivo de aumentar de 800 a 900 o número de policiais nas praias francesas a partir das quais zarpam os migrantes.

Acordo com a Albânia

O naufrágio desta quarta-feira aconteceu um dia depois de Rishi Sunak anunciar um novo acordo com a Albânia para frear o fluxo de imigrantes que atravessam o Canal da Mancha a partir da Europa continental.

Um terço de todos os que chegaram às águas britânicas este ano - quase 13.000 - eram albaneses, segundo o governo do Reino Unido.

Sunak afirmou que, com o acordo, os albaneses que chegarem em botes pelo Canal da Mancha, uma das rotas marítimas mais utilizadas por grandes cargueiros, serão imediatamente devolvidos ao seu país.

(Com informações da AFP)

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