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França deve autorizar estadia de menos da metade dos migrantes do navio Ocean Viking

Pelo menos 123 dos 234 migrantes resgatados pelo navio Ocean Viking, recebidos em Toulon, no sul na França, na semana passada, não poderão continuar no país. O anúncio foi feito pelo representante jurídico do Ministério do Interior francês, Charles-Edouard Minet, nesta sexta-feira (18), durante uma audiência do Conselho de Estado. Ele não especificou se os estrangeiros seriam expulsos.

Policiais e um membro da Cruz Vermelha falam com migrantes resgatados pelo navio de resgate Ocean Viking, que conseguiram desembarcar na França após terem sido impedidos de entrar na Itália.
Policiais e um membro da Cruz Vermelha falam com migrantes resgatados pelo navio de resgate Ocean Viking, que conseguiram desembarcar na França após terem sido impedidos de entrar na Itália. AFP - CHRISTOPHE SIMON
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Os 189 adultos que estavam no barco, e que desembarcaram na cidade francesa no dia 11 de novembro, foram colocados em uma zona de espera provisória e ouvidos pelos funcionários da agência francesa de Proteção aos Refugiados e Apátridas (Ofpra). O órgão analisa se os migrantes preenchem os critérios como requerentes de asilo, e os autoriza, ou não, a continuar no território.

Os 40 menores desacompanhados que estavam no navio ficarão sob a tutela dos serviços franceses de proteção da infância. No entanto, pelo menos 26 já fugiram.

De acordo com o representante do Ministério do Interior, a Ofpra autorizou, até agora, a entrada de 66 pessoas. Os migrantes serão enviados para onze países europeus que se dispuseram a recebê-los após o desembarque na França. Entre eles, está a Alemanha, a Finlândia e Portugal.

No início da semana, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou na Assembleia Nacional que pelo menos 44 migrantes voltariam para seus países assim que estivessem em "condições físicas apropriadas." A agência francesa, entretanto, ainda não havia terminado de entrevistar os estrangeiros.

Migrantes dormem a bordo do Ocean Viking, em 6 de novembro de 2022
Migrantes dormem a bordo do Ocean Viking, em 6 de novembro de 2022 via REUTERS - CAMILLE MARTIN JUAN/SOS MEDITERR

Cooperação com a Itália

O governo francês afirmou, nesta sexta-feira, que, apesar do "gesto perverso" da Itália, espera manter a cooperação com o país e o objetivo é encontrar soluções eficazes para a imigração. O governo da nova premiê italiana de extrema direita, Giorgia Meloni, se recusou a receber o navio Ocean Viking em seus portos. 

Como os migrantes foram recebidos pela França, eles entrarão na cota anual de concessão de asilo estabelecida para o país, que integra o acordo de cooperação para a imigração da União Europeia, segundo o palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa. 

Marine Le Pen, líder na Assembleia Nacional do partido de extrema direita Reunião Nacional, criticou o governo francês. Em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, nesta quarta-feira (16), ela declarou que as acusações do Executivo francês contra a Itália "são profundamente injustas", e equivalem a uma "rejeição à democracia."

Os ministros do Interior da UE se reúnem no próximo dia 25 de novembro em Bruxelas para discutir a política migratória após a crise franco-italiana. A França exige a adoção de dispositivos que proporcionem um "melhor controle das fronteiras externas e mecanismos de solidariedade."

(Com informações da AFP)

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