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Separatistas de Lugansk e Kherson pedem a Putin anexação rápida à Rússia

As autoridades pró-russas das regiões ucranianas de Lugansk e Kherson anunciaram, nesta quarta-feira (28), que pediram sua anexação à Rússia ao presidente Vladimir Putin, no dia seguinte à divulgação do resultado de um referendo sobre o assunto. A votação foi amplamente condenada pela comunidade internacional.

Um homem segura uma bandeira russa na varanda de um apartamento em Lugansk, em 27 de setembro de 2022.
Um homem segura uma bandeira russa na varanda de um apartamento em Lugansk, em 27 de setembro de 2022. AP
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“Peço que examine a questão da adesão da República Popular de Lugansk à Rússia como parte da Federação da Rússia”, declarou o chefe separatista pró-russo da região, Leonid Passetchnik, em um texto publicado no Telegram.

Uma carta similar foi enviada por Vladimir Saldo, que dirige a administração da ocupação russa em Kherson, no sul do país. Ele disse ter pedido a Vladimir Putin que conclua a anexação “o mais rápido possível”. Saldo defendeu que o processo eleitoral tinha sido “absolutamente legal” e falou sobre o direito de autodeterminação dos povos, inscrito na Carta da ONU.

A secretária-geral adjunta da ONU de assuntos políticos, Rosemary DiCarlo, repetiu que a organização apoia a “integridade territorial da Ucrânia” dentro de “suas fronteiras reconhecidas”, logo após uma reunião do Conselho de Segurança sobre os referendos, na terça-feira (27).

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, denunciou nesta quarta-feira os referendos de anexação organizados por Moscou. “Trata-se de uma nova violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia em um contexto de violações sistemáticas dos direitos humanos”, ele escreveu no Twitter.

“Parabenizamos a coragem dos ucranianos, que continuam a se opor e a resistir à invasão russa”, acrescentou.

Aumento da ajuda militar

A diplomacia ucraniana pediu, nesta quarta-feira, um aumento significativo da ajuda militar ocidental, após a divulgação do resultado da votação.

“A Ucrânia pede para a UE, a Otan e o G7 que aumentem imediata e significativamente a pressão sobre a Rússia, principalmente impondo novas sanções mais severas e aumentando de forma expressiva a ajuda militar à Ucrânia”, declarou o ministro de Relações Exteriores, Dmytro Kuleba. Ele pediu “tanques, aviões de combate, artilharia de longo alcance, sistemas de defesa antiaéreos e antimísseis”.

Kuleba também solicitou a “todos os Estados e organizações internacionais que condenem as ações ilegais do Kremlin nos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia”.

Anexação

As autoridades pró-russas das regiões ucranianas de Zaporíjia, Kherson, Lugansk e Donetsk reivindicaram, nesta terça-feira, a vitória do “sim” a favor da anexação à Rússia como resultado dos referendos.

O Parlamento russo agora deve votar nos próximos dias um tratado que formalize a integração das quatro regiões ao território do país. O modelo seguido pelo Kremlin até agora é similar ao da anexação da Crimeia. Nada é oficial, mas o processo poderia ser rápido.

Após o voto do Parlamento, nesta quinta-feira (29), vem a validação da entrada dos territórios na Rússia, seguida de uma grande festa patriótica, com concertos e fogos de artifício em Moscou, já na sexta-feira (30). Funcionários do Estado já teriam sido solicitados para estarem presentes no evento na Praça Vermelha e um palco está sendo montado no local.  

(Com informações da AFP)

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