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"Londres está triste": britânicos choram a morte da rainha Elizabeth II

A população estava preparada para o anúncio da morte da rainha Elizabeth desde que o palácio de Bunckingham divulgou um comunicado dizendo que seu estado de saúde era "preocupante", mas a notícia da morte da rainha não deixou de ser um choque para os britânicos. Muitos deles se reuniram em frente ao palácio, residência oficial da monarca, para homenagear a soberana que reinou durante 70 anos.

Britânicos se reuniram em peso em frente ao palácio de Buckingham para homenagear a rainha Elizabeth II
Britânicos se reuniram em peso em frente ao palácio de Buckingham para homenagear a rainha Elizabeth II © HENRY NICHOLLS/REUTERS
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Na tarde desta quinta-feira (8), em Londres, pouco antes do anúncio oficial, havia poucos britânicos em frente ao palácio, localizado em Westminster, no centro de Londres. Mas os rumores e a preocupação geral de que a rainha já tivesse morrido foram aumentando no decorrer do dia, descreve o enviado especial da RFI, Thomas de Saint-Léger.

"Eu vim logo depois do trabalho. Estamos no coração de Londres, aqui é a casa da rainha. Espero que nada aconteça", disse um homem que esperava em frente ao palácio. "Londres está triste, os olhares das pessoas estão distantes. Vim dar apoio à "avó da Europa", acrescentou uma turista francesa.

Às 18h30, a notícia do falecimento foi recebida com silêncio pela multidão que aos poucos se formou no local. A bandeira foi colocada a meio mastro e as lágrimas escorreram no rosto de uma jovem, que estava inconsolável. "É um momento muito triste, sentiremos muito a falta dela. Sabíamos que isso iria acontecer, mas, ao mesmo tempo, é difícil de aceitar. Não sei se meu país será o mesmo depois dela", lamentou.

De acordo com o correspondente da RFI, o país está triste, mas unido. Após o anúncio oficial, britânicos de todas as gerações passaram em frente ao palácio para deixar flores e outros objetos e dar adeus à rainha. "É importante para mim estar aqui porque a rainha Elizabeth era uma referência para o mundo. Ela reinava desde os anos 50, há 70 anos", explica Nick, um britânico que veio homenagear a soberana.

"O planeta mudou muito durante seu reino, mas ela sempre se manteve em seu lugar. Agora ela não está mais ao nosso lado. O mundo é totalmente diferente sem ela. Desejo boa sorte a Charles. É alguém interessante, com ideais modernas", completou.

A tristeza eras visível no rosto dos britânicos após o anúncio da morte da rainha Elizabeth II, nesta quinta-feira (8)
A tristeza eras visível no rosto dos britânicos após o anúncio da morte da rainha Elizabeth II, nesta quinta-feira (8) REUTERS - HENRY NICHOLLS

Para uma outra moradora de Londres, entrevistada pela RFI, é o fim de uma época. "Nunca vimos nada parecido. O que acontecerá agora? Não digo que estou assustada, mas tudo será diferente. A rainha Elizabeth sempre nos pareceu uma pessoa resistente, estável. Então há incertezas", declara. 

Na Irlanda do Norte, perto do castelo de Hillsborourgh, a chuva não para de cair, mas muitos habitantes da região vieram prestar uma última homenagem.  

"É importante homenageá-la. Minha irmã mais nova escreveu uma carta para a rainha. O texto diz: 'obrigada por ter inspirado uma geração inteira. Obrigada pelos seus 70 anos de reinado'. Ela sempre foi uma rainha para todos nós", explica Michel, morador da região. "Quando somos crianças", temos consciência da presença da família real. Ela faz parte da cultura real. Quando ela discursa no Natal, por exemplo, é muito importante. Eu amo esta tradição e a estabilidade que ela traz ao país", completa.

A rainha é importante para a comunidade unionista, formada na sua maioria por protestantes, lembra a enviada especial a Hillsborough, Laura Taouchanov. Para John, outro irlandês entrevistado pela RFI, homenagear a soberana é mostrar que a cultura britânica não se apaga com ela. "Espero que não haverá muitas mudanças e a transição será sem atropelos. Sempre haverá pessoas que não a respeitam. Um bar em Belfast vai organizar uma festa para comemorar sua morte. Isso não está certo. Ela era uma mãe, uma avó. Nossa monarca! Ela era uma mulher inacreditável, será difícil substituí-la."

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