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Morre aos 96 anos a rainha Elizabeth II, uma das monarcas mais longevas da história

Morreu nesta quinta-feira (8) a rainha Elizabeth II, aos 96 anos, em Balmoral, na Escócia, onde passava as férias de verão. Em nota oficial, o Palácio de Buckingham afirmou que a soberana, a mais longeva monarca da história do país, morreu tranquilamente. Ela estava ao lado dos filhos, que viajaram às pressas para a Escócia quando os médicos alertaram sobre seu estado de saúde.

A rainha Elizabeth II durante uma comemoração oficial em 2015.
A rainha Elizabeth II durante uma comemoração oficial em 2015. AP - Kirsty Wigglesworth
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Às 12h20 desta quinta-feira, o palácio avisou que seus médicos estavam muito preocupados com a saúde da monarca, mas que ela estava confortável e descansando. No entanto, para quem está acostumado a nunca ter detalhes sobre a vida privada da família real, era o sinal de que o pior estava por vir e os quatro filhos da rainha Elizabeth II, assim como seus netos, príncipes William e Harry, foram rapidamente ao encontro da monarca.

Dois dias antes, a rainha aparecia sorridente nas imagens em que convidava a nova líder do partido conservador a formar um governo. Liz Truss e seu antecessor, Boris Johnson, foram recebidos por Elizabeth II. Logo em seguida o estado de saúde da rainha se deteriorou e o palácio avisou que ela não poderia comparecer a uma reunião virtual por Zoom.

Elizabeth II não foi para o hospital. Ela foi atendida por seus médicos particulares em casa. Especula-se que, além dos problemas de mobilidade com os quais vinha convivendo nos últimos meses, era teria outras condições que tornaram sua saúde ainda mais frágil.

Saúde de ferro

A monarca era conhecida pela saúde de ferro. Foram poucas as ocasiões em que necessitou de cuidados médicos até onde se sabe.

Mas a saúde da soberana era motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a "exames" médicos que nunca foram detalhados. Desde então, ela havia reduzido consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.

Em junho, o Reino Unido celebrou com muita festa o Jubileu de Platina, o aniversário de 70 anos da chegada ao trono de Elizabeth II, que cada vez mais vinha delegando funções oficiais ao príncipe Charles. A soberana apareceu apenas duas vezes nas celebrações, brevemente, na sacada do Palácio de Buckingham para saudar as dezenas de milhares de pessoas reunidas no local.

O ano passado foi difícil para rainha, que perdeu o marido, o príncipe Philip aos 99 anos. Teve direito até a um invasor armado nos jardins do Castelo de Windsor, onde passou os últimos dois anos e meio. Ela e marido se mudaram para Windsor, seu endereço preferido. Foi onde se despediram e onde ela decidiu ficar desde então.

15 chefes de governo

Lilibeth, como era chamada pelo pai, o rei George VI, de quem herdou a coroa em 1952, aos 25 anos, tornou-se símbolo de força e estabilidade.

Nesses anos de reinado ela recebeu e conviveu com 15 primeiros-ministros, entre eles Winston Churchill (1940-1945 e 1951-1955) e Harold Wilson (1964-1970 e 1974-1976), que, especula-se, eram os seus preferidos. De lá para cá, viveu as crises políticas e econômicas — domésticas e internacionais — dos séculos XX e XXI, sem manifestar em público opiniões ou emoções.

Esta sempre foi a regra do jogo desta monarquia constitucional. Do palácio para fora, a realeza tem a difícil tarefa de permanecer neutra a questões mundanas. Nem por isso conseguiu se manter imune às críticas e ao julgamento da população. Do palácio para dentro, crises costumam ser contidas, sempre que possível, com discrição, para não arranhar a imagem da Casa Real.

Um novo rei

“Nós temos um novo rei”, anunciou Hue Edwards, apresentar da BBC em tom solene, vestido com paletó e gravata pretos, como dita o protocolo para esse tipo de situação.

Charles deve abrir um novo capítulo na história deste reino que se prepara para uma nova geração dos Windsor, em pleno século XXI, quando a própria ideia de soberanos que se sucedem parece cada vez mais anacrônica.

Sem o mesmo apreço dos súditos, terá o imenso desafio de ocupar o lugar de uma rainha que, por sete décadas, foi símbolo da estabilidade e unidade do país entre momentos de glória e muitas crises. Pesquisa do instituto Yougov do início do ano aponta a monarca como a figura mais popular do mundo. Charles ocupa modesta 11ª. colocação na mesma lista.

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