Após boicote a Draghi, governo italiano tem 5 dias para sair da crise política
Eles têm cinco dias para resolver a crise governamental mais inexplicável da já complicada política italiana. Em Roma, o presidente Sergio Mattarella rejeitou na quinta-feira (14) a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi, enfraquecido após perder o apoio do Movimento 5 Estrelas, um partido membro de sua coalizão no Parlamento. Na próxima quarta-feira (20), Draghi deve apresentar uma solução para resolver a instabilidade política.
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Com os correspondentes da RFI em Roma, Federico Guiglia e Anne Le Nir
A crise se intensificou após os senadores do segundo partido da maioria, o Movimento 5 Estrelas (M5E), boicotarem a moção de confiança ao governo para aprovar o chamado decreto de ajuda, um texto que prevê medidas para que famílias e empresas enfrentem a inflação, e que foi aprovado com 172 votos a favor e 39 contra.
Mattarella quer que Draghi informe o Parlamento na próxima quarta-feira sobre a nova situação criada pelo M5E para saber se o governo de união nacional tem futuro e com quais partidos.
Draghi é inflexível e não quer perder sua credibilidade nacional e internacional - e a da Itália - por conta de jogos políticos pré-eleitorais em plena época de guerra, pandemia e economia abatida que o mundo vive.
Governo de união nacional explode
O primeiro-ministro assumiu as rédeas do poder em 2021 para formar um governo de união nacional capaz de enfrentar a emergência de saúde ligada à pandemia de Covid-19 e a crise econômica subjacente. Sem o apoio do M5E, Draghi considera que o governo se torna "político" e perde as razões que o levaram a liderar o gabinete.
Algumas alternativas já são contempladas: ou Mario Draghi continua governando com a confiança de quase todo o Parlamento até o final do mandato, em 2023, ou outro primeiro-ministro governa para levar o país a eleições antecipadas.
Todos os partidos de esquerda garantem que vão depositar a sua confiança em Draghi, enquanto a Liga de Matteo Salvini (extrema direita) prefere optar pelo regresso às urnas. O M5E não descarta a possibilidade de retornar às fileiras da maioria.
"Super Mario”, como ficou conhecido quando exerceu a presidência do Banco Central Europeu durante a crise das dívidas no bloco (2012), terá mais uma árdua missão nos próximos dias.
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