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Itália: Mario Draghi assume governo com ministros da esquerda, da direita e populistas

Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) de 73 anos, prestou juramento como primeiro-ministro da Itália neste sábado (13) e assume um governo de união nacional, com ministros da esquerda, da direita e populistas do país. “Super Mario”, como ficou conhecido quando exerceu a presidência do Banco Central Europeu durante a crise das dívidas no bloco (2012), terá a missão de combater a Covid-19 e recuperar a economia italiana, uma das mais afetadas da zona euro pela pandemia de coronavírus.

Mario Draghi presta juramento ao presidente italiano, Sergio Mattarella, e assume cargo de primeiro-ministro da Itália. (13/02/2021)
Mario Draghi presta juramento ao presidente italiano, Sergio Mattarella, e assume cargo de primeiro-ministro da Itália. (13/02/2021) VIA REUTERS - FRANCESCO AMMENDOLA
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"Juro lealdade à República", declarou Draghi diante do chefe de Estado do país, Sergio Mattarella, em uma cerimônia no palácio presidencial transmitida ao vivo pela televisão.

O novo premiê anunciou a lista de 23 ministros, composta por políticos de diferentes correntes e importantes tecnocratas. Seu aliado de longa data, Daniele Franco, foi escolhido para o Ministério da Economia. Franco é considerado um dos maiores especialistas em contas públicas do país e fez carreira no Banco da Itália, do qual era o vice-presidente desde março de 2020.

Voto de confiança

"Super Mario" deverá se submeter ao voto de confiança no Parlamento na próxima semana – na quarta-feira (17), se apresenta ao Senado e, no dia seguinte, à Câmara dos Deputados. O país encerrará, assim, uma crise política em plena pandemia e com a pior recessão de sua história recente.

Draghi substitui Giuseppe Conte, depois de conseguir o apoio de quase todos os partidos políticos para formar um governo de unidade que tire o país das outras duas crises que atravessa, a sanitária e a econômica.

Por conta da dificuldade em formar o governo, o novo premiê preferiu manter uma certa continuidade no gabinete, pelo menos por enquanto. O líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, foi confirmado como ministro das Relações Exteriores, enquanto Giancarlo Giorgetti, líder da Liga, de extrema-direita, será o ministro da Indústria. O ministro da Saúde, Roberto Speranza, do esquerdista Leu, foi mantido no cargo em reconhecimento ao seu trabalho na pandemia.

“Superministério” da Transição Ecológica

O novo primeiro-ministro também anunciou a criação de um “superministério” da Transição Ecológica, comandado por um físico de renome no país, Roberto Cingolani. Desde setembro de 2019, ele dirige o departamento de inovação tecnológica na gigante italiana de aeronáutica Leonardo.

De perfil discreto e determinado, Draghi tentará tirar a Itália de uma queda de 8,9% do PIB em 2020 devido à pandemia de coronavírus, que já causou quase 100 mil mortes no país. Os dois índices estão entre os piores da União Europeia.

Para iniciar a recuperação, o país conta com uma ajuda de 200 bilhões de euros de fundos europeus, que devem ser liberados se Roma apresentar, até o fim de abril, um plano detalhado de despesas. A campanha de vacinação contra a Covid-19 também precisará ser acelerada – como nos demais países europeus, a Itália registra atrasos no calendário de imunização por conta dos atrasos nas entregas das doses. Apenas 1,2 milhão de italianos foram vacinados até o momento, para uma população de 60 milhões de pessoas.

Com informações da AFP

 

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