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Guerra cultural: Ucrânia proíbe música e livros originários da Rússia

O Parlamento ucraniano aprovou dois controversos projetos de lei no domingo (19) que proíbem música e livros vindos da Rússia. A medida também vale para todo o material impresso originário de Belarus e das regiões ocupadas por Moscou.

Homem manuseia livro em feira realizada durante o Fórum das Editoras, em Lviv, na Ucrânia, em 19 de setembro de 2018. Foto ilustrativa.
Homem manuseia livro em feira realizada durante o Fórum das Editoras, em Lviv, na Ucrânia, em 19 de setembro de 2018. Foto ilustrativa. AP - Mykola Tys
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A decisão foi anunciada pelo deputado ucraniano Pavel Frolov em sua conta no Telegram. Segundo ele, os projetos de lei adotados proíbem a transmissão da produção musical russa nas mídias do país, além da apresentação em espaços públicos ucranianos de artistas da Rússia. O mesmo vale para importação e distribuição de livros em língua russa que venham "do país invasor", de Belarus - um dos principais aliados de Moscou - e dos territórios ucranianos ocupados, para os quais será necessário obter uma licença especial.

Os textos preveem liberar das restrições artistas russos que condenaram publicamente a guerra, indicaram as mídias ucranianas. O Conselho de Segurança e Defesa Nacional do país também pretende criar uma lista de personalidades culturais russas que se distanciaram do Kremlin e poderão continuar sendo difundidos na Ucrânia. 

Os projetos de lei foram adotados por dois terços dos deputados ucranianos. Os textos determinam que "a produção cultural do agressor pode agir sobre o comportamento da população". Segundo o Parlamento, as restrições poderão ser suspensas quando a guerra terminar e os territórios ocupados pelos russos retornarem ao controle da Ucrânia.

Os projetos de lei também preveem quotas mínimas de músicas em idioma ucraniano, que deverão representar pelo menos 40% da produção musical transmitida nas mídias do país. Além disso, ao menos 75% do conteúdo de informação e entretenimento de rádios e TVs devem usar o idioma oficial do país.

Os textos ainda precisam ser sancionados pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, para entrar em vigor.

Quase quatro meses de guerra

A guerra na Ucrânia entrou em seu 117° dia nesta segunda-feira (20). A região do Donbass, no leste, é atualmente alvo de ataques intensos das tropas russas. Zelensky reconhece que houve "perdas importantes" e prevê momentos difíceis para seu exército.

Kiev afirma estar registrando um aumento dos bombardeios na região de Kharkiv (nordeste) e em Donetsk (leste). Segundo Zelensky, a Rússia também concentra suas tropas na região de Zaporijia (sul). 

Entre as prioridades dos russos está a cidade de Severodonetsk, parcialmente controlada por separatistas pró-russos desde 2014. A localidade é alvo de combates extremamente violentos há várias semanas. Segundo autoridades locais, as tropas de Moscou controlam a maior parte dos bairros residenciais, mas mais de um terço da cidade segue sob controle ucraniano. 

Até o momento, não há nenhum balanço geral das vítimas civis do conflito. No plano militar, fontes de segurança ocidentais apontam para até 20 mil soldados russos mortos. Já as forças ucranianas perdem a cada dia entre 100 e 300 combatentes.

Mais de sete milhões de ucranianos tiveram que deixar suas casas e se refugiar em outras localidades dentro do país. Cerca de 7,7 milhões deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

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