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Rússia bombardeia base ucraniana próxima à Polônia aumentando temores de que a guerra chegue ao país vizinho

Ao menos 35 pessoas morreram em ataques aéreos russos a uma base militar ucraniana em Yavoriv, nas proximidades da fronteira polonesa, no oeste da Ucrânia, no noite de sábado (12), de acordo com a administração militar regional de Lviv, neste domingo (13). Os países que fazem fronteira com a Ucrânia temem um contágio do conflito às regiões vizinhas.

Um soldado Ukraniano examina destroços de um tanque russo destruído em Irpin, no norte de Kiev, em 12 de março de 2022. Exército russo aumenta cerco à capital ucraniana.
Um soldado Ukraniano examina destroços de um tanque russo destruído em Irpin, no norte de Kiev, em 12 de março de 2022. Exército russo aumenta cerco à capital ucraniana. AFP - SERGEI SUPINSKY
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Instrutores militares estrangeiros trabalham no local, mas não se sabe ainda se estavam presentes no momento do bombardeio, de acordo com o ministério ucraniano da Defesa. Chamado Centro internacional para a paz e a segurança, a base é um dos principais centros militares de formação do país e fica a apenas 25 km da fronteira polonesa. O ataque aéreo aumenta os temores de que o conflito chegue aos países vizinhos.

Reforços militares dos Estados Unidos chegam constantemente às bases militares americanas na Polônia, país membro da Otan. A presença dos soldados tranquiliza, mas também preocupa a população.

Em Jasionka, a aproximadamente 100 quilômetros da fronteira, veículos blindados e tropas americanas desembarcaram no pequeno aeroporto civil e estabeleceram uma base temporária. Na cidade, em frente, os habitantes tiveram que se acostumar com a chegada dos militares.

“Sim, faz diferença. Os aviões fazem muito barulho, são muito diferentes dos aviões de linha que escutamos normalmente", diz a moradora Maria à RFI.

A presença militar tranquiliza Vadislav, de 60 anos, que vai às compras de bicicleta. “Claro, é bom que os americanos estajam aqui. É preciso estar preparado se Putin decidir fazer com a Polônia o mesmo que fez na Ucrânia”, diz.

Já Olga, acompanhada da neta, está dividida sobre a presença dos militares: “Temos medo que o aeroporto e os americanos sejam um alvo para os russos, mas ao mesmo tempo, nós temos esperança de continuar em segurança aqui. Não acho que os russos vão atacá-los”, diz.

Os primeiros reforços de soldados americanos chegam ao aeroporto civil de Rzeszow-Jasionka, em 16 de fevereiro de 2022.
Os primeiros reforços de soldados americanos chegam ao aeroporto civil de Rzeszow-Jasionka, em 16 de fevereiro de 2022. AFP - WOJTEK RADWANSKI

Cerco a Kiev

O aeroporto de Ivano Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também foi alvo de bombardeios domingo (13), de acordo com o prefeito da cidade, Ruslan Martsinkiv, em um vídeo publicado em redes sociais.

As forças russas continam a tentar cercar, Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky prometeu uma “defesa implacável” da capital.

Enquanto isso, a cidade sitiada de Mariupol aguarda a chegada, neste domingo, de um comboio com ajuda humanitária, que continuava bloqueada em uma barreira russa no sábado.

Mais ao sul, estruturas de saúde foram alvo de ataques em Mykolaiv, a cidade tampão antes do porto de Odessa.

Moscou reconheceu que a situação “em certas cidades” tomou “proporções catastróficas”, de acordo com o general Mikhail Mizintsev, citado no sábado por agências de notícias russas. Mas o militar acusou os “nacionalistas” ucranianos de minar zonas residenciais e de destruir infraestruturas, privando civis de vias de evacuação e de recursos elementares.

Imagem de satélite da cidade de Mariupol bombardeada, em 12 de março de 2022.
Imagem de satélite da cidade de Mariupol bombardeada, em 12 de março de 2022. © REUTERS/MAXAR TECHNOLOGIES

Diplomacia

O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz conversaram por telefone, no sábado, com Vladimir Putin, mas não obtiveram respostas para os pedidos de cessar-fogo. O presidente russo acusa as forças ucranianas de “violações flagrantes” dos direitos humanos, acusações “mentirosas”, de acordo com a presidência francesa.  

Mas Zelensly mencionou, durante uma coletiva com a imprensa em Kiev, no sábado, uma “mudança no tom” da Rússia nas últimas tratações com os ucranianos. Ele disse que Moscou não se limita mais a “apenas fazer ameaças”.

O presidente ucraniano estimou que 1.300 ucranianos morreram desde o começo do ataque russo.

Com informações da AFP e de enviados especiais da RFI à Polônia e à Ucrânia.

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