Rússia bombardeia base ucraniana próxima à Polônia aumentando temores de que a guerra chegue ao país vizinho
Ao menos 35 pessoas morreram em ataques aéreos russos a uma base militar ucraniana em Yavoriv, nas proximidades da fronteira polonesa, no oeste da Ucrânia, no noite de sábado (12), de acordo com a administração militar regional de Lviv, neste domingo (13). Os países que fazem fronteira com a Ucrânia temem um contágio do conflito às regiões vizinhas.
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Instrutores militares estrangeiros trabalham no local, mas não se sabe ainda se estavam presentes no momento do bombardeio, de acordo com o ministério ucraniano da Defesa. Chamado Centro internacional para a paz e a segurança, a base é um dos principais centros militares de formação do país e fica a apenas 25 km da fronteira polonesa. O ataque aéreo aumenta os temores de que o conflito chegue aos países vizinhos.
Reforços militares dos Estados Unidos chegam constantemente às bases militares americanas na Polônia, país membro da Otan. A presença dos soldados tranquiliza, mas também preocupa a população.
Em Jasionka, a aproximadamente 100 quilômetros da fronteira, veículos blindados e tropas americanas desembarcaram no pequeno aeroporto civil e estabeleceram uma base temporária. Na cidade, em frente, os habitantes tiveram que se acostumar com a chegada dos militares.
“Sim, faz diferença. Os aviões fazem muito barulho, são muito diferentes dos aviões de linha que escutamos normalmente", diz a moradora Maria à RFI.
A presença militar tranquiliza Vadislav, de 60 anos, que vai às compras de bicicleta. “Claro, é bom que os americanos estajam aqui. É preciso estar preparado se Putin decidir fazer com a Polônia o mesmo que fez na Ucrânia”, diz.
Já Olga, acompanhada da neta, está dividida sobre a presença dos militares: “Temos medo que o aeroporto e os americanos sejam um alvo para os russos, mas ao mesmo tempo, nós temos esperança de continuar em segurança aqui. Não acho que os russos vão atacá-los”, diz.
Cerco a Kiev
O aeroporto de Ivano Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também foi alvo de bombardeios domingo (13), de acordo com o prefeito da cidade, Ruslan Martsinkiv, em um vídeo publicado em redes sociais.
As forças russas continam a tentar cercar, Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky prometeu uma “defesa implacável” da capital.
Enquanto isso, a cidade sitiada de Mariupol aguarda a chegada, neste domingo, de um comboio com ajuda humanitária, que continuava bloqueada em uma barreira russa no sábado.
Mais ao sul, estruturas de saúde foram alvo de ataques em Mykolaiv, a cidade tampão antes do porto de Odessa.
Moscou reconheceu que a situação “em certas cidades” tomou “proporções catastróficas”, de acordo com o general Mikhail Mizintsev, citado no sábado por agências de notícias russas. Mas o militar acusou os “nacionalistas” ucranianos de minar zonas residenciais e de destruir infraestruturas, privando civis de vias de evacuação e de recursos elementares.
Diplomacia
O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz conversaram por telefone, no sábado, com Vladimir Putin, mas não obtiveram respostas para os pedidos de cessar-fogo. O presidente russo acusa as forças ucranianas de “violações flagrantes” dos direitos humanos, acusações “mentirosas”, de acordo com a presidência francesa.
Mas Zelensly mencionou, durante uma coletiva com a imprensa em Kiev, no sábado, uma “mudança no tom” da Rússia nas últimas tratações com os ucranianos. Ele disse que Moscou não se limita mais a “apenas fazer ameaças”.
O presidente ucraniano estimou que 1.300 ucranianos morreram desde o começo do ataque russo.
Com informações da AFP e de enviados especiais da RFI à Polônia e à Ucrânia.
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