Acessar o conteúdo principal

Guerra da Rússia contra a Ucrânia começou há tempos, diz jornal francês

Os sites dos principais jornais franceses destacam a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, anunciada pelo presidente Vladimir Putin pela televisão russa na madrugada desta quinta-feira (24) em Moscou. Jornalistas e ex-correspondentes analisam a estratégia de Moscou e afirmam que a guerra contra a Ucrânia começou há tempos.

Capa de um jornal russo e imagem do presidente Vladimir Putin em um celular.
Capa de um jornal russo e imagem do presidente Vladimir Putin em um celular. AP - Alexander Zemlianichenko Jr
Publicidade

Em um artigo de opinião a jornalista Isabelle Mandrau, ex-correspondente do Le Monde em Moscou, diz que a intervenção da Rússia na Ucrânia não começou nesta quinta-feira, nem mesmo em 2014, quando a guerra explodiu no território do Donbass, entre separatistas pró-russos apoiados por Moscou e o Exército ucraniano.

"Ingerências, pressões, cyberataques, intrusões militares, violações de fronteiras e tratados, sequestros, captação no mar de Azov, até o reconhecimento atual da independência das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e de Lugansk, constituem um ataque permanente cometido por Vladimir Putin há anos contra o país vizinho da Rússia", diz a jornalista.

Mandrau lembra que antes mesmo da chegada de Putin ao poder, em 2000, o chefe do Kremlin mostrava sua "visão das coisas" e falava de uma "perda de territórios gigantescos", citando a Crimeia. "Vinte anos depois, a península ucraniana era anexada pela Rússia. Putin não improvisa. Ele adapta sua estratégia, planifica de acordo com as circunstâncias", analisa a ex-correspondente.

Estratégia repetida

Le Parisien destaca que as sirenes anti-bombardeio foram ouvidas em Lviv, a maior cidade no oeste da Ucrânia e também no norte, na fronteira com Belarus, o que mostra que os limites da zona visada por Putin não é clara.  

Le Figaro analisa como o cenário da invasão da Geórgia, em 2008, se repete no caso ucraniano. "É sempre o mesmo cenário, explicam os responsáveis políticos georgianos: a Rússia cria entidades separatistas, como fez na Geória, nos anos 1990, com a Abecásia e a Ossétia do Sul, ou em 2014 com as 'repúblicas populares' de Donetsk e Lugansk. Depois, ela as utiliza para pressinar a Geórgia e a Ucrânia para impedi-las de se aproximarem do ocidente", diz o texto do jornal.

A guerra começou

“A guerra começou na Ucrânia”, diz a manchete do Libération, confirmando os rumores que corriam desde o começo da noite de quarta-feira de Kiev a Washington, passando pelas capitais europeias.

Instantes após o fim do pronuciamento do chefe de Estado, "duas explosões sacudiram Kramatorsk, centro administrativo e militar da região do Donbass", de acordo com a correspondente local do Libé. Alguns minutos depois, foi a vez de Mariupol, às margens do mar de Azov, mas também de Kiev, serem bombardeadas. Antes das 6 horas da manhã locais, a ministra do Interior ucraniana confirmou que a capital era alvo de ataques de mísseis de cruzeiro e balísticos, descreve o jornal.

O correspondente do Le Monde em Moscou, Benoît Vitkine, informa que os vídeos e os testemunhos vindos da Ucrânia ainda não permitiam conhecer totalmente as operações militares, mas que era certo que os aeroportos das cidades ucranianas constituíam um alvo prioritário. Imagens de fumaça saindo dos aeroportos de Kherson, Mikolaiv e Ivano Frankivsk, no oeste do país eram visíveis, disse a nota urgente no site do jornal.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.