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Biden denuncia início de uma invasão russa na Ucrânia

Em um discurso à nação a partir da Casa Branca, nesta terça-feira (22), o presidente do Estados Unidos (EUA) Joe Biden falou sobre a crise ucraniana. Ele denunciou "o início de uma invasão russa da Ucrânia", anunciando que os Estados Unidos continuarão a fornecer armas "defensivas" à Kiev.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na Casa Branca sobre a crise na Ucrânia, depois que tropas russas entraram em regiões separatistas. Em 22 de fevereiro de 2022.
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na Casa Branca sobre a crise na Ucrânia, depois que tropas russas entraram em regiões separatistas. Em 22 de fevereiro de 2022. Brendan Smialowski AFP
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Biden disse que “autorizou novos movimentos das forças dos EUA” para apoiar os aliados da Otan no Báltico. "Eu autorizei a redistribuição de forças americanas já posicionadas na Europa para reforçar os nossos aliados bálticos Estônia, Letônia e Lituânia", disse o presidente americano, no dia em que um soldado ucraniano foi morto e seis ficaram feridos nas regiões separatistas do Donbass.

O chefe da Casa Branca disse que continuará a fornecer armas "defensivas" à Ucrânia, no momento em que a Rússia estabelece relações diplomáticas com as regiões separatistas, “violando leis internacionais”, de acordo com o presidente americano.

“Ao anunciar que as regiões ucranianas reconhecidas como independentes pela Rússia vão além das zonas controladas pelos separatistas, o presidente russo tenta encontrar justificativas para ir mais longe”, afirmou Biden.

O democrata ainda destacou os esforços feitos nos últimos meses, em coordenação com os parceiros ocidentais. “Avisei para o Putin que agiríamos em conjunto” no momento em que a Rússia se movimentasse no sentido de uma invasão, disse Biden, colocando a responsabilidade sobre Vladimir Putin.

O presidente americano reiterou “acreditar que os russos podem ir mais longe, num ataque maior”, ainda que "esperasse estar errado". Porém, a manutenção de forças russas em Belarus, além do aumento de tropas nas fronteiras e a movimentação de aviões, navios e submarinos russos na região podem ser sinais de uma operação, destacou.

O fato de o Parlamento russo ter aprovado o uso de tropas fora da Rússia também pode ser interpretado como um indício, de acordo com Biden. “Não seremos enganados”, disse o presidente, reforçando que protegeria os interesses da economia e da população americana. “Tudo tem um custo. Faremos de tudo para que as sanções tenham efeito na economia russa e não na nossa”, acrescentou Biden, explicando que trataria de um plano com países produtores de petróleo e gás para assegurar a estabilidade e o suprimento de energia.

Sanções a partir de amanhã

O presidente dos Estados Unidos anunciou que as sanções econômicas à Rússia começam a valer “a partir de amanhã”. De acordo com suas palavras, serão medidas para “impor custos” e fazer Putin “responder por seus atos”, sempre em coordenação com os aliados ocidentais.

Joe Biden explicou que nessa "primeira etapa" de sanções contra a Rússia, o país ficará impedido de levantar fundos ocidentais para pagar sua dívida soberana. "Estamos colocando em prática amplas sanções à dívida soberana russa. Isso significa que estamos cortando o governo russo do financiamento ocidental", disse o presidente dos EUA.

A Rússia, portanto, “não pode mais levantar dinheiro no Ocidente e não pode mais negociar sua nova dívida em nossos mercados ou nos mercados europeus”, completou. Essa medida pode pesar no valor do rublo e aumentar o custo para os consumidores russos de produtos importados.

O setor financeiro russo é um dos alvos principais das medidas. "Estamos implementando sanções de bloqueio total contra duas grandes instituições financeiras russas, o VEB (o banco público de desenvolvimento Vnesheconombank,) e o banco militar", disse Biden, sem dar maiores detalhes. Além disso, "a partir de amanhã, e nos próximos dias, também imporemos sanções às elites russas e seus familiares. Eles compartilham os ganhos corruptos das políticas do Kremlin", alertou.

O presidente ainda garantiu ter trabalhado "com a Alemanha para que o Nord Stream 2 não avance". Nesta terça-feira, a Alemanha anunciou a suspensão do projeto do gasoduto Nord Stream 2, que liga Rússia e Alemanha, e que ainda não foi colocado em funcionamento.

Em seu discurso, Biden não mencionou certas medidas que eram esperadas, como controles de exportações americanas para a Rússia ou a exclusão do país do sistema internacional Swift, essencial para as trocas bancárias internacionais. "A Rússia pagará um preço mais alto se continuar sua agressão, incluindo sanções adicionais", ameaçou.

Por fim, Biden disse ter falado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurando o apoio dos Estados Unidos. “Em todas as etapas, nós mostramos unidade. Estamos unidos no apoio à Ucrânia e para defender a Otan contra essa ameaça russa à estabilidade da paz mundial”, disse.

O presidente também citou o discurso de Vladimir Putin na véspera, em que “ele ataca o direito dos ucranianos de existirem e ameaça com a guerra”, destacou Biden. “Não há dúvida de que a Rússia é o agressor”, completou, dizendo "estar ciente do desafio à frente". 

Joe Biden encerrou afirmando que “ainda há tempo para rever o pior cenário” e para uma saída pela “diplomacia”. "Vamos julgar a Rússia por seus atos e não por suas palavras", concluiu o presidente dos Estados Unidos.

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