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Assembleia Nacional da França rejeita asilo a Julian Assange do Wikileaks

A proposta de resolução multipartidária propunha ao governo francês a concessão de asilo ao fundador do Wikileaks. Ela foi rejeitada pela Assembleia Nacional da França na noite desta sexta-feira (4). Julian Assange, detido em Londres, corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos por divulgar documentos confidenciais americanos.

Julian Assange, detido em Londres, corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos por divulgar ilegalmente documentos confidenciais americanos.
Julian Assange, detido em Londres, corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos por divulgar ilegalmente documentos confidenciais americanos. Justin TALLIS AFP/File
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Os discursos veementes de deputados franceses defendendo a necessidade de o país proteger o fundador do site Wikileaks não foram suficientes para convencer a maioria. A resolução propondo o status de refugiado político a Assange foi rejeitada por 31 votos contra 17.

Apesar do resultado, a deputada Jennifer de Temmerman disse que a votação foi "uma vitória". "Demos voz a quem não tinha", comentou. A resolução foi votada dias depois que um acordo entre a Assembleia Nacional e o Senado franceses sobre um projeto de lei para melhorar a proteção de lançadores de alerta na França.

Entre os parlamentares que rejeitaram o texto, alguns argumentaram que a resolução apresentava "pontos conflitantes" de ordens jurídica e diplomática. A resolução, que recebeu o apoio dos partidos da oposição de esquerda, não era impositiva.

Risco de extradição

Julian Assange, de 50 anos, está preso no Reino Unido desde 2019, depois de passar sete anos como refugiado na embaixada do Equador em Londres.

Ele é acusado pela Justiça dos Estados Unidos de violar leis antiespionagem ao publicar, em 2010, cerca de 700 mil documentos diplomáticos e militares secretos relacionados principalmente às guerras lideradas pelos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque. Se for extraditado, Assange pode ser condenado a uma pena de até 175 anos de prisão.

"Ele denunciou ações bárbaras e abusos indescritíveis que tinham de ser divulgados", ressaltou o deputado comunista Stéphane Peu, a favor do asilo ao fundador do Wikileaks.

Jean-François Mbaye, do partido da maioria no poder LREM (A República em Marcha), concedeu que "nenhum defensor dos direitos humanos suportaria uma situação tão desproporcional", mas votou contra a "nobre intenção" de conceder o asilo político a Assange devido a “pontos conflitantes”.

 Já o deputado François Ruffin, do partido França Insubmissa (LFI) denunciou a "covardia" francesa. Na mesma linha, o deputado ecologista Cédric Villani declarou que a "França só será respeitada se falar alto”.

(Com informações da AFP)

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