Partido conservador britânico inicia votação para a escolha de novo premiê
Os 330 deputados do Partido Conservador britânico iniciam nesta terça-feira (5) a primeira rodada da votação para escolher seu novo líder, que substituirá o atual premiê, David Cameron. Ele pediu demissão depois do resultado do plebiscito favorável à saída do Reino Unido da União Europeia.
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A ministra do Interior, Theresa May, é a favorita para substituir Cameron, que deixa o cargo no dia 9 de setembro. Ela defendeu a permanência do Reino Unido na UE no plebiscito, mas já admitiu a derrota. “Brexit é Brexit”, disse, ao apresentar sua candidatura.
May espera ativar o artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa, que notifica oficialmente a saída do Reino Unido da UE, antes de 2017. Depois da ativação, haverá dois anos de negociação com bloco. Na campanha para a sucessão de Cameron, a candidata tem o apoio de 115 deputados - uma parte deles “migrou” do eleitorado de Boris Johnson, ex-prefeito de Londres que decidiu deixar a disputa.
Além da ministra, outros cinco candidatos estão na disputa: o ministro da Justiça, Michael Gove, o secretário de Estado do Trabalho e Pensões, Stephen Crabb, o ex-ministro da Defesa Liam Fox, e a secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom.
Dois dos cinco candidatos defenderam o Brexit: Michael Gove e Andrea Leadsom. Ambos receberam o apoio de Boris Johnson e têm a simpatia do partido de extrema-direita antieuropeu Ukip, liderado até segunda-feira por outro grande protagonista do Brexit, Nigel Farage, que também pediu demissão e deixou a vida política.
A rodada de votações para a escolha do novo premiê acontecerá toda quinta e terça-feira. Os 150 mil militantes do partido escolherão em setembro entre os dois mais votados.
Presidente da Comissão Europeia alfineta pró-Brexit
O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, ironizou a saída dos líderes favoráveis ao Brexit, que se retiraram da disputa pelo cargo de premiê. “Os que provocaram o atual cenário no Reino Unido agora estão abandonando o barco um atrás do outro”, declarou. O resultado do plebiscito já tem efeitos na economia, segundo o Banco da Inglaterra, que anunciou hoje uma flexibilização das regras de financiamento dos bancos para estimular os empréstimos.
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