Novo pacote de ajuda à Grécia agita os mercados

Uma missão da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) desembarcou nesta terça-feira em Atenas para avaliar a situação econômica da Grécia. Um alto responsável do ministério grego da Economia negou que o país esteja discutindo um novo plano de ajuda financeira, como tem sido amplamente divulgado pela imprensa.

O ministro grego das Finanças, Georges Papaconstantinou, vai se reunir com a missão técnica da UE, do FMI e do BCE. Reuters

Técnicos europeus, do FMI e do BCE vão passar uma semana na Grécia a fim de avaliar os progressos obtidos até agora com o pacote de ajuda econômica ao país. Em junho, a Grécia vai receber a quinta parcela do empréstimo de 110 bilhões de euros (R$ 254 bilhões) concedido no ano passado para reduzir o déficit público e o endividamento externo. Na última visita, os técnicos alertaram o governo grego sobre a necessidade de acelerar as privatizações para arrecadar pelo menos 50 bilhões de euros em receitas para o Estado.

Diante do temor do mercado de que o governo grego não consiga honrar seus compromissos, a agência de notação Standard and Poor's voltou a rebaixar, ontem, a nota da Grécia. Nesta terça-feira, o governo faz nova emissão de títulos do Tesouro para testar a reação dos mercados.

Um novo pacote de ajuda a Grécia está sendo mal visto pelos vizinhos europeus. Ewald Nowotny, membro do Conselho de Governadores da BCE e presidente do BC austríaco, disse nesta terça-feira que dar dinheiro novo à Grécia só iria agravar o problema, além de ter repercussões negativas sobre os sistemas bancários grego e europeu. O austríaco afirmou ser preferível alongar os prazos de pagamento dos empréstimos já concedidos.

Amanhã, os trabalhadores gregos fazem uma nova greve geral em protesto contra as medidas de austeridade impostas pelo governo para superar a maior crise financeira da história recente.