Diretor sueco vencedor de duas Palmas de Ouro e candidato ao Oscar vai presidir júri de Cannes
O sueco Ruben Östlund vai presidir a 76ª edição do Festival de Cannes em maio, um ano depois de ganhar sua segunda Palma de Ouro por “Triângulo da Tristeza”, anunciou a organizacao do evento francês nesta terca-feira (28).
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Cinquenta anos depois do compatriota Ingrid Bergman, o cineasta de 48 anos, presença regular na Croisette, terá a tarefa de escolher a próxima Palma de Ouro com os outros jurados.
Ele é o terceiro cineasta a se tornar duas vezes presidente do júri - além do americano Francis Ford Coppola e do sérvio Emir Kusturica - e o primeiro a assumir esse papel no ano seguinte à sua premiação.
Crítica ao capitalismo
“Triângulo da Tristeza" é uma sátira mordaz aos super ricos e ao luxo. No filme, Östlund faz uma crítica intransigente do capitalismo e seus excessos.
Criado por uma mãe comunista, definindo-se como “socialista”, o sueco não cedeu à facilidade de “descrever os ricos como bandidos”, mas sim de “entender o seu comportamento”.
Numa espécie de "Titanic" invertido (o filme se passa durante um cruzeiro de luxo), onde os mais fracos não são necessariamente os perdedores, ele disseca vários embates sociais: os ricos contra os pobres, homens contra as mulheres, e brancos contra negros.
Mito da família derrubado
O realizador conheceu a fama internacional com “Força Maior” (2014), mostrando a desintegração da família tradicional quando um pai foge de uma avalanche, com o celular na mão, mas deixando a mulher e os filhos para trás.
O filme ganhou o Prêmio do Júri 2014 na mostra Um Certo Olhar, em Cannes. Essa tragicomédia abriu as portas da indústria cinematográfica americana para o sueco.
Mal-estar da civilização
Em 2017, ele ganhou a Palma de Ouro por 'The Square: A Arte da Discórdia'. Para o filme, juntou a americana Elisabeth Moss ("Mad Men"), o britânico Dominic West ("The Wire") e o dinamarquês Claes Bang, que ocupa o papel principal. Este último interpretou Christian, o diretor de um museu de arte contemporânea que prepara uma exposição sobre a tolerância, mas que se depara com seus próprios limites nessa área.
(com AFP)
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