Acessar o conteúdo principal

Xavier Dolan, o prodígio do cinema mundial, anuncia pausa na carreira após lançamento de série

O cineasta canadense Xavier Dolan, conhecido por sua intensa e elogiada produção, acaba de lançar uma primeira série na França. Apesar do sucesso, o diretor, que teve seu primeiro filme premiado no Festival de Cannes quando tinha apenas 20 anos, anunciou que pretende fazer uma longa pausa em sua carreira.

O cineasta canadense Xavier Dolan, que dirigiu oito filme em apenas de dez anos, se diz "cansado" e faz uma pausa na carreira.
O cineasta canadense Xavier Dolan, que dirigiu oito filme em apenas de dez anos, se diz "cansado" e faz uma pausa na carreira. AP - Petros Giannakouris
Publicidade

“Tenho a impressão de ter dito tudo o que tinha para dizer”. Foi com essa frase, declarada durante uma entrevista concedida ao jornal Le Monde, que Dolan confirmou os rumores que circulavam há alguns dias. O menino-prodígio do cinema, que acostumou o público a lançar um filme praticamente a cada dois anos, quase sempre elogiado pela crítica, se prepara para tirar o pé do acelerador.

“Paro porque estou cansado do trabalho, da profissão e da indústria”, disse o canadense. “Adoro fazer o filme, a preparação, a filmagem, mas não quero mais o que se segue. Montar os filmes, legendá-los, fazer um cartaz e um trailer, delegar, colocar o trabalho em ação cem vezes… Todas essas etapas apagam totalmente a minha paixão”, desabafou o diretor de “Mommy”, “Laurence Anyways”, “Amores Imaginários” e “The Death & Life of John F. Donovan” (seu único filme em inglês), e que também assinou o clipe da música Hello, da cantora britânica Adele. 

A pausa é anunciada no momento em que cineasta lança na França "La nuit où Laurier Gaudreault s'est réveillé" (A noite em que Laurier Gaudreault despertou, em tradução livre), sua primeira incursão no mundo das séries. A produção é a adaptação de uma peça de seu compatriota Michel Marc Bouchard – que também escreveu o texto que inspirou outro projeto de Dolan, o filme “Tom na Fazenda”, em 2013.

A série chega na França pela emissora Canal+, após ter estreado na plataforma canadense Club Illico. Em cinco episódios de uma hora, o cineasta conta a história de Mireille (Julie Le Breton), uma embalsamadora que volta para sua cidade natal para cuidar do corpo de sua mãe, Mado, interpretada por Anne Dorval, uma das atrizes fetiche de Dolan. Como de costume, o diretor, conhecido por controlar e participar de todas as etapas de seus projetos, está atrás e diante das câmeras, encarnando o filho mais jovem da família.

A história é contada entre o presente e os anos 1990, com uma trilha sonora assinada por David Fleming e Hans Zimmer (que colaborou com "Interstellar", "Gladiator") e mergulha nos temas prediletos do diretor: família disfuncional, desejos reprimidos e ostracismo, problemáticas presentes em praticamente todos os seus filmes, desde “Eu matei minha mãe”, em 2009, até “Matthias e Maxime”, dez anos depois.

Talvez seja justamente essa repetição que tenha levado o quebequense a afirmar que “completou o ciclo de [suas] obsessões” e que, aos 33 anos, quer “dar um tempo”.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.