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Teatro/Peter Brook

Diretor britânico Peter Brook, lenda viva da cena contemporânea, ganha prêmio Princesa das Astúrias

Considerado um dos maiores diretores do século XX, Peter Brook assinou as míticas montagens de Marat-Sade e Mahabharata, espetáculos que determinaram uma virada radical na história do teatro contemporâneo. Antes dele, nomes como Martin Scorcese (2018), Francis Ford Coppola (2015) e Bod Dylan (2007) receberam a honraria. A decisão do júri do Prêmio Princesa das Astúrias, considerado o Nobel espanhol das artes, foi divulgada nesta quarta-feira (24).

O diretor britânico Peter Brook em 27 de fevereiro de 2018, no teatro Bouffes du Nord, em Paris.
O diretor britânico Peter Brook em 27 de fevereiro de 2018, no teatro Bouffes du Nord, em Paris. LIONEL BONAVENTURE / AFP
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Aos 94 anos, Peter Brook continua em plena atividade. Segundo o júri do prêmio Princesa das Astúrias, ele "abriu novos horizontes para a dramaturgia contemporânea, contribuindo decisivamente para a troca de conhecimento entre culturas tão diferentes quanto as da Europa, África e Ásia". Reconhecido por prestigiosos prêmios, como o Molière de direção em 1991 por The Tempest (Shakespeare), Peter Brook se tornou, ao longo de sua carreira, uma lenda do teatro.

"Considerado o melhor diretor na cena do teatro do século XX", Brook "é um dos grandes reformadores das artes do espetáculo", disse o júri em comunicado oficial, citando as peças Marat-Sade (1966) ou The Mahabharata (um épico de 1985 de nove horas sobre a mitologia hindu, adaptado ao cinema em 1989).

Nascido em Londres em 21 de março de 1925, Peter Brook começou sua carreira muito jovem na Grã-Bretanha, onde dirigiu textos de Shakespeare para a prestigiada Royal Shakespeare Company e óperas para o Royal Opera House, em Covent Garden.

Ele se mudou para Paris em 1970, onde criou o "Centro Internacional de Pesquisa Teatral", que ainda dirige, e em 1974 Peter Brook e sua trupe assumiram a direção do teatro Bouffes du Nord, em Paris, um velho e abandonado coliseu do século XIX: eles o renovaram, mas não o redecoraram, mantendo uma aura de decadência, uma estética que se adequava à ideia de Brook de retornar à pureza das origens do teatro.

No Bouffes du Nord, onde ficou até 2010, Brook colocou em prática suas investigações teóricas: um teatro desprovido de artifício, litúrgico, baseado no ator, seus gestos, a palavra. O resultado dessa pequisa pôde ser conferido em trabalhos como como Woza Albert! (1990), Je suis un phénomène (1998), O Grande Inquisidor (2005), Sizwe Banzi est mort (2007), Warum Warum (2010), O Traje (2012), The Prisoner (2018) e Why, que estreia em junho deste ano.

“Pureza e simplicidade”

Segundo o júri espanhol, ele continua a "provocar intensa emoção através de encenações de grande pureza e simplicidade, fiel ao seu conceito de ‘espaço vazio’". Considerado o Nobel no mundo de língua espanhola, o Prêmio Princesa das Astúrias é concedido desde 1981 a indivíduos ou instituições em diversas áreas, como artes, ciências e esportes.

Os oito vencedores receberão os prêmios das mãos do rei e da rainha da Espanha em uma cerimônia oficial em Oviedo, Astúrias (norte), em outubro deste ano. Cada um sairá com um cheque de € 50 mil e uma escultura desenhada pelo artista Joan Miró.

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