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Moda/Polêmica

Galliano assume cargo em marca russa três anos após demissão da Dior

O estilista John Galliano assumiu nesta quinta-feira (22) o cargo de diretor da criação da marca russa de cosméticos L’Etoile. O britânico estava fora do circuito da moda desde que foi demitido da Dior, há três anos, após ter proferido insultos antissemitas em um bar de Paris.

O estilista britânico John Galliano foi demitido da Dior em 2011, após 15 anos à frente da criação na marca francesa.
O estilista britânico John Galliano foi demitido da Dior em 2011, após 15 anos à frente da criação na marca francesa. REUTERS/Benoit Tessier/Files
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A marca L’Etoile, um dos principais nomes da setor cosmético da Rússia, não poupou esforços para dar boas-vindas a John Galliano nesta quinta-feira. A contratação do estilista já havia sido anunciada durante a semana, mas a empresa fez questão de marcar o início da colaboração com um evento em um dos bairros mais sofisticados de Moscou.

Após uma apresentação animada por um show do dançarino espanhol Patrick de Bana, o estilista apareceu rapidamente no meio de uma nuvem de fumaça laranja. O britânico desapareceu em seguida, sem conversar com os convidados. Um pouco mais tarde, Galliano declarou à agência de notícias oficial Itar-Tass que a contratação é “uma oportunidade e um desafio formidável”.

O britânico não trabalhava oficialmente para nenhuma marca desde março de 2011, quando foi demitido pelo grupo LVMH, líder mundial do setor do luxo e proprietário da Dior, após ter sido flagrado proferindo insultos racistas e antissemitas em um bar de Paris. Além de perder o emprego, o estilista foi condenado pelo Tribunal de Paris a pagar 4 mil euros (9 mil reais) de multa.

Rumores e oportunismo

Desde que Galliano foi demitido da marca Dior, onde dirigiu o estilo durante 15 anos, a volta do estilista ao mundo da moda é fonte de rumores. Sua participação em uma coleção de Oscar de la Renta apresentada em fevereiro de 2013 em Nova York suscitou comentários sobre uma possível carreira nos Estados Unidos, e um ano antes cogitou-se até uma parceria do britânico com o gigante do fast fashion espanhol Zara. Seu nome também chegou a ser citado como possível professor na escola de design Parsons, mas a resistência de alguns pais de alunos parece ter colocado um ponto final na história, antes mesmo da primeira aula.

Com a contratação de Galliano, um dos maiores estilistas de sua geração, a marca L’Etoile, praticamente desconhecida fora da Rússia, apesar de seus 850 pontos de venda em 250 cidades do país, ganhou visibilidade mundial. Revistas, jornais e sites especializados anunciaram, nos quatro cantos do planeta, o novo emprego do britânico.

A notícia só não agradou os judeus da Rússia. Segundo Boroukh Gorine, porta-voz da Federação das comunidades judaicas do país, a contratação de Galliano “fará muita gente deixar de comprar produtos cosméticos da L’Etoile. É uma escolha moral e ética”.

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