Acessar o conteúdo principal

Lula defende expansão do Brics: emergentes “perceberam que podem se transformar em países importantes”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (22) a expansão do Brics, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O tema é um dos principais discutidos na cúpula do bloco, realizada em Joanesburgo. Lula argumentou que o Brics “não é um contraponto” ao G7, G20 ou aos Estados Unidos.

Joanesburgo, África do Sul, 22.08.2023 - Presidente Lula é entrevistado por Marcos Uchoa no programa Conversa com o Presidente, em Joanesburgo, África do Sul.
Joanesburgo, África do Sul, 22.08.2023 - Presidente Lula é entrevistado por Marcos Uchoa no programa Conversa com o Presidente, em Joanesburgo, África do Sul. © Imagem: Canal Gov
Publicidade

 

“De repente, a gente está percebendo que a gente pode se transformar em países importantes”, afirmou o presidente brasileiro ao programa estatal Conversa com o Presidente, gravado à margem do evento, na África do Sul. Lula explicou que, com abertura para entrada de mais membros, os emergentes querem criar uma nova estrutura no jogo da geopolítica internacional.  

“O Sul global, nós sempre fomos tratados como se fossemos a parte pobre do planeta, como se nós não existíssemos. Sempre fomos tratados como se fossemos de segunda categoria”, criticou. “Nós queremos sentar em uma mesa de negociações em igualdade de condições com a União Europeia, com os Estados Unidos e com os outros países (...), em novos mecanismos que tornem o mundo mais igual”, salientou. “A gente vai se tornar forte”, frisou, dando destaque à possibilidade de entrada da Indonésia “e seus 200 milhões de habitantes”.

Entrada no Conselho de Segurança da ONU

O mandatário observou que, ao mesmo tempo em que os países do Brics negociam os critérios para o ingresso de novos membros – uma proposta encabeçada pela China –, Brasília tenta conquistar o apoio de Pequim e Moscou para uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, que possibilite assentos permanentes para o Brasil, a Índia e a África do Sul.

“É possível que a gente convença a Rússia e a China. (...) Esse é um debate que nós vamos discutir, inclusive para a gente possibilitar a entrada para novos países. Se não tiver um grau de compromisso, para os países que entram no Brics, isso aqui vira uma torre de Babel."

Lula espera que, no futuro, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos Brics, poderá se tornar “mais forte do que o FMI, com os critérios de empréstimos que não sufoquem os países".

Moeda comum

Outra pauta primordial da cúpula é avançar na agenda da ‘desdolarização’ das transações comerciais feitas entre os países do Brics, ou seja, que eles possam abrir mão do dólar e possam adotar uma moeda única ou, pelo menos, as moedas nacionais. Lula destacou que o bloco já soma mais de um terço do PIB mundial, e não vê razões para os integrantes continuarem comercializando na moeda americana.

“Nós não somos obrigados a ficar vivendo da flutuação dessa moeda”, afirmou. “O Brasil e a China tem tamanho suficiente para usar a moeda da gente”, alegou.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.