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Julgamento de Jair Bolsonaro deve ser primeiro de “longa lista”, diz imprensa francesa

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro ganha destaque na imprensa francesa nesta quinta-feira (22). Segundo os jornais, este poderia ser o primeiro de vários processos que poderiam causar uma divisão na direita brasileira.

O ex-presidente Jair Bolsonaro entre em carro após falar com a imprensa em frente a sua casa, em 3 de maio de 2023, em Brasília.
O ex-presidente Jair Bolsonaro entre em carro após falar com a imprensa em frente a sua casa, em 3 de maio de 2023, em Brasília. AP - Eraldo Peres
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O La Croix traz uma análise da situação enfrentada pelo ex-chefe de Estado que, menos de seis meses após a tentativa de golpe contra instituições brasileiras, poderia ficar inelegível em julgamento em que é acusado de abuso de poder e desinformação.

O jornal explica que os sete juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão decidir o futuro do ex-presidente de extrema direita, que não deve comparecer à audiência. De acordo com a publicação, o desfecho do processo, previsto para durar uma semana, não deixa dúvidas: “na prática Bolsonaro deve ser declarado inelegível por oito anos”.

Este seria “o primeiro processo de uma longa lista?”, questiona o site do canal de televisão CNews, lembrando que Bolsonaro é acusado de ter questionado a fiabilidade do sistema eleitoral brasileiro em julho de 2022, durante uma reunião com diplomatas europeus.

Se Bolsonaro não for colocado atrás das grades nesta ação, o risco de ser condenado penalmente não deixa, no entando, de existir, insiste o site, explicando que o ex-presidente é alvo de cinco investigações no Supremo.

Bolsonaro mais forte ou divisão

O jornal Sud-Ouest pergunta: "Bolsonaro poderia ficar mais forte em caso de condenação?". Pelo menos isso é o que afirmam seus aliados, de acordo com a publicação.

Já o site do jornal Télégramme afirma que o risco de divisão dentro da direita brasileira é grande.

Se for condenado pelo TSE, Bolsonaro poderia recorrer da sentença, mas com poucas chances de sucesso, afirma o jornal. Para um especialista entrevistado, em caso de derrota, o ex-presidente poderia tentar se apresentar como um "mártir" para manter sua base mais radical de eleitores, garantindo que é vítima de perseguição política.

O texto cita o exemplo de Lula, que após dois mandatos, foi reeleito em 2022 para presidente depois de ter passado 18 meses na prisão acusado de corrupção.

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