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Premiê britânico se reúne com Lula e promete contribuição do Reino Unido para o Fundo Amazônia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira (5) em Londres com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. O chefe do governo anunciou durante o encontro que o Reino Unido pretende contribuir para o Fundo Amazônia.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro conservador britânico, Rishi Sunak, ao desembarcar em Londres, onde assistirá à coroação do rei Charles III.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro conservador britânico, Rishi Sunak, ao desembarcar em Londres, onde assistirá à coroação do rei Charles III. AP
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Com informações de Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Lula foi recebido pelo premiê no 10 Downing Street, residência oficial do chefe do governo britânico. Do outro lado da rua, dezenas de opositores e apoiadores do presidente brasileiro se aglomeravam na calçada, com cartazes e gritando palavras de ordem. “Está na hora de Jair, Ja ir embora”, se ouvia de um lado, enquanto bolsonaristas lançavam “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”, ou “Lula is a gangster”.

Os gritos não parecem ter desestabilizado os dois líderes, que apareceram sorridentes e em clima amistoso desde o início do encontro. “Além de futebol, temos muito em comum”, brincou Sunak. “Relações econômicas, fluxo comercial e mudança climática”, listou.

“Tenho prazer de anunciar nesta ocasião que vamos investir do Fundo Amazônia e tudo isso é feito devido a seu trabalho e sua luta”, lançou o líder britânico. O país se torna o quarto a participar da iniciativa, ao lado da Noruega, Alemanha e Estados Unidos.

Protestos diante da residência oficial do chefe do governo britânico antes da chegada de Lula.
Protestos diante da residência oficial do chefe do governo britânico antes da chegada de Lula. © Vivian Oswald / RFI

“Além da coroação, vim para tentar restabelecer a normalidade na relação Brasil-Reino Unido”, respondeu Lula. “Temos boas relações, mas certamente é muito pouco na relação comercial. Espero nesse nosso encontro a retomada da relação com o Brasil. É a volta do Brasil ao mundo”, disse o presidente, repetindo uma frase que vem sendo dita por ele e suas equipes desde que começou uma série de viagens internacionais.

Apoio para desmatamento zero até 2030

“O país ficou isolado por seis anos. Nós agora queremos retomar, primeiro, a discussão comercial, que há possibilidades enormes de aumentar esse fluxo. Em segundo, a questão climática. O Brasil tem grandes reservas e tem participado de encontros de clima e compromisso de ter desmatamento zero na Amazônia até 2030. É o que tenho falado para todos os países ricos e pedido para que cumpriam os acordos firmados nas edições da COP”, disse Lula.

 

“Os países mais pobres precisam de ajuda para manter suas florestas de pé. É o clima que a sociedade precisa. Estou muito otimista e agradecido de estar aqui. Essa [reunião] bilateral é muito importante para nós”, conclui o líder brasileiro.

O Fundo de Preservação da Floresta Amazônica financia projetos que visam a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável da região. Ele foi congelado durante o governo de Jair Bolsonaro, que desestruturou órgãos de controle e fiscalização na área ambiental. Assim que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que retomaria o uso do Fundo Amazônia e pediu mais parcerias com a comunidade internacional.

Esse fundo é bancado hoje principalmente pela Noruega (R$ 3,1 bilhões) e pela Alemanha (R$ 192 milhões). Durante a visita de Lula aos Estados Unidos, Joe Biden formalizou a intenção dos americanos de contribuir para a iniciativa, no valor inicial de US$ 50 milhões. Segundo informações divulgadas por Sunak nas redes sociais, a contribuição do Reino Unido seria de cerca de R$ 500 milhões.

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, esteve em Brasília em fevereiro, disse que tanto Paris como a União Europeia estudam contribuir para o Fundo Amazônia. 

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