Patriota encerra turnê para reforçar parceria com mundo árabe

Na última etapa da visita a três países africano, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, assinou hoje cinco acordos de cooperação com o chanceler da Mauritânia, Hamadi Ould Hamadi. Segundo o Itamaraty, a viagem teve o objetivo de reforçar a cooperação com a África e o mundo árabe, especialmente no âmbito econômico.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, durante coletiva de imprensa na Tunísia. REUTERS/Zoubeir Souissi

No encontro de hoje na Mauritânia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil,Antonio Patriota,  assinou acordos de cooperação nas áreas de agricultura e aquicultura. Nos últimos 10 anos, o comércio com a Mauritânia cresceu 400%, o que coloca o Brasil hoje na quinta posição como principal exportador para o país. A pauta de comércio  exterior é ainda limitada, essencialmente, a produtos primários como açúcar e trigo. Mas o segmento da construção civil está em expansão. Uma empresa brasileira foi a responsável pela construção do principal eixo rodoviário do país – a “rota da esperança”, que tem 1.100 km e liga a capital Nouakchott à cidade de Néma.

Na passagem pela Tunísia, a agenda do chanceler brasileiro também foi focada em questões econômicas. Patriota discutiu com seu homólogo, Rafik Abdesselam, sobre a possibilidade de fortalecer o bloco regional que reúne os países do norte da África Magreb (Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia, Tunísia, Mauritânia e a Líbia), a exemplo do que ocorre com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Outro tema em pauta é a possibilidade de um voo direto entre o Brasil e a Tunísia. Em retribuição à visita, o presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, prometeu participar "Rio+20", conferência sobre o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.

Segundo um comunicado da embaixada do Brasil, a visita de Patriota é parte de uma política de "intensificação das relações bilaterais, das consultas políticas, em particular no que diz respeito às mudanças que estão acontecendo atualmente no mundo árabe e na África". Essa aproximação é um desejo da presidente Dilma Rousseff.

O capítulo político da viagem ficou para a missão à Etiópia onde Patriota participou da Reunião Ministerial do Conselho de Paz e Segurança da União Africana sobre a situação na Guiné-Bissau e no Mali e  sobre o processo de paz entre o Sudão e o Sudão do Sul.