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Trump suprime programa de apoio a 800 mil jovens imigrantes

O governo de Donald Trump anunciou nesta terça-feira (5) o fim do Daca, programa criado por seu antecessor, Barack Obama, que permitiu a 800 mil jovens a obtenção de visto de residência e trabalho, após terem entrado ilegalmente nos Estados Unidos quando ainda eram crianças. Eles são conhecidos como os “dreamers”, ou “sonhadores”, em português.

Apoiadores do programa Daca, que protege crianças e menores de idade trazidos via imigração ilegal para os EUA, protestam na frente da Casa Branca em 5 de setembro de 2017.
Apoiadores do programa Daca, que protege crianças e menores de idade trazidos via imigração ilegal para os EUA, protestam na frente da Casa Branca em 5 de setembro de 2017. REUTERS/Kevin Lamarque
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Para justificar a supressão do programa que atinge cerca de 800 mil jovens, Donald Trump defendeu nesta terça-feira (4) a necessidade de “dar prioridade aos trabalhadores norte-americanos". “Estou aqui para anunciar que o programa conhecido como Daca, que foi estabelecido sob a administração Obama, está sendo rescindido", declarou na Casa Branca o procurador-geral Jeff Sessions, referindo-se ao projeto criado por decreto em 2012.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reagiu nesta terça-feira dizendo que a rescisão de Trump da anistia migratória é "errada e cruel".

Estes imigrantes sem documentos, mas plenamente integrados à sociedade americana, já que praticamente não conhecem seu país de nascimento, temiam justamente a iminente revogação do programa Daca (Deferred Action for Childhood Arrivals, na sigla em inglês). Obama criou o plano por decreto. O programa concede permissão de dois anos, renovável, para formalizar a situação dos jovens, ante a impossibilidade do Congresso aprovar uma norma que contemple estes casos.

Trata-se da Lei Dream, acrônimo em inglês de "Desenvolvimento, Alívio e Educação para Menores Estrangeiros". Por essa razão, os 800 mil jovens atendidos são conhecidos como “dreamers”, ou “sonhadores”, em português.

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook: “dia triste para o país”

"Este é um dia triste para o nosso país", disse Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, denunciando uma “decisão cruel". Para o senador republicano John McCain, esta é uma "abordagem ruim": as crianças que chegam ilegalmente com seus pais "não devem ser obrigadas a retornar a um país que não conhecem".

Trump, que assumiu a presidência em janeiro de 2017 determinado a cumprir a promessa eleitoral de combate a toda imigração ilegal, teria decidido no fim de semana acabar com o Daca após um período de prorrogação de seis meses, informou na segunda-feira (4) o site Politico. De acordo com o portal de notícias, o prazo teria como objetivo dar tempo ao Congresso para criar um plano alternativo para os “Dreamers”.

"Não podemos aceitar todos que querem viver aqui”

O procurador-geral Jeff Sessions, conhecido por sua postura anti-imigração, teria aconselhado o presidente norte-americano a passar a responsabilidade sobre a questão ao Congresso, por considerar que estabelecer normas sobre imigração compete mais ao Legislativo que ao Executivo.

Sessions conednou a decisão tomada "unilateralmente" pelo ex-presidente democrata, Barack Obama, dizendo que o projeto dos “Dreamers”, em particular, "privou centenas de milhares de americanos de empregos, permitindo que eles fossem ocupados por imigrantes ilegais". "Não podemos aceitar todos que querem viver aqui, é simples assim", disse ele.

A partir de hoje, nenhum novo pedido de visto será considerado. As autorizações existentes, que são válidas por dois anos, permanecerão válidas até a expiração.

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