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Operação no Uruguai revela exploração sexual de menores na internet por homens influentes

Após meses de investigações, a justiça uruguaia revelou um imenso esquema de exploração sexual de menores, através de redes sociais e internet. Foram identificadas 15 vítimas e 21 pessoas foram indiciadas. Os acusados, de classes sociais altas e influentes, utilizavam as redes sociais e a web para atrair suas vítimas.

Justiça do Uruguai acaba de revelar esquema de exploração de menores em que as redes sociais eram utilizadas para encontrar menores de idade.
Justiça do Uruguai acaba de revelar esquema de exploração de menores em que as redes sociais eram utilizadas para encontrar menores de idade. AFP/File
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Entre os envolvidos, a “Operação Oceano”, que começou em março, descobriu empresários, ex-juízes, arquitetos, políticos e professores. Segundo a promotoria, graças à posição social que ocupam, ofereciam às menores dinheiro, drogas, roupas e passeios em iate em troca de sexo.

Os contatos eram feitos através de redes sociais, onde as meninas deixavam claro que eram menores de idade. A Justiça uruguaia investiga também se a morte de uma jovem, que foi explicada como suicídio, poderia ter sido um assassinato.

“Tudo isso começa com a captura de um celular em um caso de assassinato”, relata Luis Purtscher, presidente do Comitê Nacional para a Erradicação da Exploração sexual e não comercial da Infância e da Adolescência. “Foi a confirmação de várias hipóteses que vínhamos seguindo há bastante tempo em nosso trabalho de campo”, explica. “Tem a ver com o perfil dos exploradores, em que basicamente essa relação de desigualdade e poder se expressa. Entre eles, temos pessoas com formação e de classe média e alta. São homens maiores de 40 anos,” completa.

Este caso de exploração de menores, o maior já revelado na história do Uruguai, tem a particularidade do uso da internet. “Houve uma mudança de cenário, de gancho para as adolescentes que antes acontecia no mundo real. Ele muda para o mundo virtual, das tecnologias da informação e da comunicação: basicamente celulares e plataformas que oferecem encontros e que facilitam esse tipo de gancho para a adolescente, que passa a ser uma mercadoria a mais no mercado do sexo”, explica Purtscher.

A exploração infantil não é algo novo no Uruguai, diz Luis Purtscher. Os números oficiais não refletem a realidade porque muitos casos não são denunciados. “Uruguai vem apresentando uma média de 300 casos por ano, um número que cresce a cada ano, com entre 50 e 60 novos casos. Para nós, a exploração não é nova. Estamos abordando e denunciando com diferentes dispositivos e estamos gerando uma política pública para a prevenção, o combate e para tentar recuperar a vida das adolescentes que passam por este tipo de situação”, garante ele. 

A Operação Oceano continua e poderia haver mais prisões e acusações nos próximos dias.

Texto de Carlos Pizarro e Aída Palau

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