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Refém sul-africano é solto no Mali após seis anos em cativeiro

O refém sul-africano Gerco Van Deventer, raptado por jihadistas na Líbia em novembro de 2017 e depois transferido para o Mali, foi libertado após mais de seis anos de detenção. O enfermeiro, de 48 anos, está sendo atendido em Argel, apurou a AFP junto a fontes humanitárias e de segurança.

Gerco van Deventer foi levado por jihadistas em novembro de 2017.
Gerco van Deventer foi levado por jihadistas em novembro de 2017. AFP - HANDOUT
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“Soubemos que o refém sul-africano foi libertado anteontem”, disse uma fonte de segurança do Mali à AFP. A informação foi confirmada por uma fonte humanitária estrangeira segundo a qual ele foi libertado na fronteira entre o Mali e a Argélia.

As duas fontes confirmaram informações prestadas no domingo por uma organização humanitária sul-africana, Gift of the Givers, que atuou nas negociações como facilitadora.

Gerco van Deventer, que trabalhava para uma empresa de segurança, foi sequestrado na Líbia em 3 de novembro de 2017 quando se dirigia a um local de construção de uma central elétrica a cerca de 1.000 km de Trípoli. Ele foi então transferido para o Mali.

Ele “está atualmente em observação num hospital em Argel”, segundo a fonte de segurança.

A fonte humanitária, por sua vez, disse à AFP que “encontrou rapidamente” o ex-refém na fronteira com a Argélia, sem especificar uma data. “Ele foi transferido para Argel, onde seria internado num hospital antes de regressar à África do Sul” em data não especificada, acrescentou.

Sua esposa, Shereen van Deventer, entrevistada pela AFP na África do Sul no domingo, não quis comentar a informação. “Há tantas ligações chegando ao mesmo tempo. Estamos um pouco sobrecarregados como família.”

O ex-refém francês Olivier Dubois relatou, após a sua libertação em março, ter passado mais de um ano em cativeiro com o sul-africano. “Um presente de Natal maravilhoso!!!!”, exultou no domingo no X.

Olivier Dubois comemorou a libertação do sul-africano, com quem esteve no cativeiro.

Pai de três filhos

No final de maio, um vídeo que circulou nas redes sociais, autenticado pela AFP, mostrava um homem de longa barba que parecia ser Gerco van Deventer e que se identificava como tal.

Ele dizia estar detido no norte do Mali pelo Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado aos jihadistas da Al-Qaeda, e que pedia urgentemente ajuda para facilitar a sua libertação.

A libertação, dois meses antes, do jornalista francês Olivier Dubois, raptado em 2021 no Mali, deu esperança às pessoas próximas de Gerco van Deventer, que lançaram, então, um novo apelo pela sua libertação.

“Precisamos desesperadamente dele em casa, ele é pai de três filhos”, disse sua esposa Shereen à AFP.

“É uma situação difícil para nós como família, gostaríamos muito de pedir a compaixão dos (captores) para o libertar”, acrescentou ela, falando a partir da pequena cidade de Swellendam, a 220 quilômetros a leste da Cidade do Cabo.

Olivier Dubois falou do seu companheiro de detenção: “Imagino como ele se encontra porque vivemos as mesmas condições juntos (...) É hora de parar. Ele está no sexto ano. Ele precisa voltar para casa."

Negociações intensas para a libertação do sul-africano foram realizadas nos primeiros anos após o seu rapto, mas a pandemia de Covid-19 atrasou os esforços até ao início deste ano, segundo a esposa de van Deventer.

Desde 2012, o Mali tem sido assolado por uma propagação do jihadismo e violência de todos os tipos, dos quais os raptos, sejam de estrangeiros ou de malianos, constituem um padrão.

Com informações da AFP

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