Acessar o conteúdo principal

França e Estados Unidos condenam ataques em sinagoga na Tunísia

O ataque à Sinagoga de Ghriba, na Tunísia, que deixou quatro mortos, foi condenado nesta quarta-feira (10) pela França e pelos Estados Unidos. Dois fiéis que participavam de uma peregrinação judaica, em Djerba, foram assassinados na terça-feira (9) neste ataque realizado por um policial. O agressor também matou dois colegas antes de ser abatido, de acordo com o Ministério tunisiano do Interior. 

Um policial patrulha a área próxima à Sinagoga de Ghriba, em Djerba, na Tunísia, após um ataque que fez quatro mortos, nesta terça-feira, 9 de maio de 2023.
Um policial patrulha a área próxima à Sinagoga de Ghriba, em Djerba, na Tunísia, após um ataque que fez quatro mortos, nesta terça-feira, 9 de maio de 2023. © AFP - YASSINE MAHJOUB
Publicidade

Um dos fiéis assassinados era de origem francesa. "O ataque contra a sinagoga de Ghriba nos abala”, escreveu o presidente Emmanuel Macron em uma mensagem publicada no Twitter. “Nós pensamos com tristeza nas vítimas, no povo tunisiano, nossos amigos. Nós estamos ao lado da família de nosso compatriota assassinado. Sempre, sem descanso, lutaremos contra o ódio antissemita”, ele acrescentou.

 

Washington também condenou o ataque, e elogiou “a ação rápida das forças de segurança tunisianas”.

Roma denunciou “um covarde atentado contra a comunidade judia tunisiana”.

Em um comunicado, o Consistório Central Israelita da França condenou o atentado “covarde e odioso”, que “profanou o momento único de orações e de união que compartilhavam centenas de peregrinos reunidos na sinagoga”.

O grande rabino da França, Haim Korsia, e o presidente do Consistório, Elie Korchia, “estão em contato com o Ministério das Relações Exteriores [tunisiano] para garantir a repatriação dos corpos o mais rápido possível”, precisou o documento.

A União dos Estudantes Judeus da França convocou uma manifestação nesta quarta-feira, no final da tarde, em Paris, para homenagear as vítimas “do atentado antissemita”.

Ataques

As autoridades tunisianas investigam as circunstâncias do ataque. “A investigação está em curso para determinar os responsáveis por este atentado covarde”, indicou o Ministério tunisiano das Relações Exteriores em um comunicado. Um esquema de segurança foi montado no perímetro da sinagoga, fechando todas as vias de acesso ao local.

De acordo com as autoridades tunisianas, o policial matou primeiramente um de seus colegas com um tiro no porto de Djerba e roubou sua arma e munições. Logo depois, se dirigiu à sinagoga, que fica a 15 km do porto. No local, ele atirou contra as forças de ordem, antes de ser abatido.

Dois fiéis, um tunisiano e um franco-tunisiano foram mortos, quatro ficaram feridos e foram levados para um hospital.

O ex-ministro tunisiano de Turismo, René Trabelsi, conhecida personalidade da comunidade judaica no país e que estava presente na sinagoga no momento do ataque, afirma que as vítimas são primos: Aviel Haddad, um judeu tunisiano de 30 anos, e Benjamin Haddad, de 42 anos, que residia na França.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Eli Cohen, denunciou um “ataque violento”, e afirmou que Aviel Haddad também tinha a nacionalidade israelense.  

Entre os policiais, seis foram atingidos pelos disparos, dois deles não resistiram aos ferimentos e morreram.

Crise na Tunísia

Organizadores estimam que mais de 5 mil peregrinos, essencialmente vindos de outros países, participaram este ano da peregrinação de Ghriba, uma tradição da comunidade judaica tunisiana que conta com aproximadamente 1,5 mil pessoas.

A sinagoga, a mais antiga da África, já havia sido alvo de um atentado suicida em 2002, que fez 21 mortos.

O ataque de terça-feira acontece no momento em que o turismo registra um forte aumento na Tunísia, após a queda sofrida durante a pandemia de Covid-19. O setor, vital para a economia do país, também foi gravemente afetado pelos atentados de 2015 contra o Museu do Bardo, em Tunes, e a um hotel da estação balneária de Susa, que deixou 60 mortos, entre eles, 59 turistas estrangeiros.

A Tunísia atravessa uma crise social e econômica, que se agravou após o presidente Kais Saied dissolver o regime parlamentar e instaurar um Estado de exceção, depois de sua eleição em 2019.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.