Acessar o conteúdo principal

Número de migrantes mortos ou desaparecidos em naufrágios na costa da Tunísia chega a 27

Vinte e sete migrantes da África subsaariana estão mortos ou desaparecidos após dois naufrágios na sexta-feira (7) e no sábado (8) na costa da Tunísia. Estes dois novos acidentes elevam o saldo de mortos ou desaparecidos para mais de uma centena desde o início de março, após uma série de naufrágios na costa do país, segundo contagem da AFP.

A tragédia anterior ocorreu em 26 de março, quando os corpos de 29 migrantes da África subsaariana foram recuperados de três naufrágios separados na Tunísia, e apenas 11 pessoas foram resgatadas.
A tragédia anterior ocorreu em 26 de março, quando os corpos de 29 migrantes da África subsaariana foram recuperados de três naufrágios separados na Tunísia, e apenas 11 pessoas foram resgatadas. © Houssem Zouari / AFP
Publicidade

Conforme testemunhos recolhidos pela Justiça, 37 migrantes tinham "saído da costa norte de Sfax em dois barcos quando um deles naufragou na tarde de sexta-feira", disse à AFP Fauzi Masmudi, um porta-voz do tribunal da cidade, no centro-leste do país. Vinte deles estão desaparecidos e apenas "17 que estavam no segundo barco" puderam ser salvos, acrescentou.

Outro naufrágio ocorreu na manhã de sábado, informou à AFP no início da noite, num balanço de "quatro corpos recuperados de uma praia ao norte de Sfax, três desaparecidos e 36 pessoas resgatadas”. O porta-voz especificou que a Justiça abriu investigações sobre as circunstâncias dos acidentes, com o objetivo de também “encontrar os organizadores destas tentativas de travessia" que fizeram as vítimas "embarcar em barcos de chapa de ferro, que não oferecem nem as condições mínimas de segurança mas são mais baratos de fabricar do que os de madeira”, explicou Masmudi.

A tragédia anterior ocorreu em 26 de março, quando os corpos de 29 migrantes da África subsaariana foram recuperados de três naufrágios separados na Tunísia, e apenas 11 pessoas foram resgatadas.

Cinco vezes mais do que em 2022

Na sexta-feira, a Guarda Nacional anunciou ter resgatado ou interceptado "14.406 pessoas, das quais 13.138 vinham da África subsaariana e o restante eram tunisianas", ao longo dos primeiros três meses do ano. O número é mais de cinco vezes superior ao registado no mesmo período de 2022.

Os dados de 2023 "aumentam muito porque há muito mais partidas", afirmou à AFP Houssem Jebabli, porta-voz da guarda nacional. Quase todas as operações e resgates em 2023 ocorreram nas áreas de Sfax, a segunda maior cidade do país, e Mahdia, na costa centro-leste.

A Tunísia, com alguns trechos da costa a menos de 150 quilômetros da ilha italiana de Lampedusa, registra com regularidade tentativas de migrantes, vindos principalmente de países da África subsaariana, de partir para a Itália.

Discurso contrário a migrantes

As saídas se intensificaram após um discurso violento em 21 de fevereiro do presidente da Tunísia, Kais Saied, criticando a imigração ilegal. Saied afirmou que a presença na Tunísia de "hordas" de imigrantes ilegais da África subsaariana era uma fonte de "violência e crimes" e fazia parte de um "empreendimento criminoso" destinado a "mudar a composição demográfica" da país.

Após o discurso do presidente, grande parte dos 21 mil cidadãos da África subsaariana registrados oficialmente na Tunísia, a maioria deles em situação irregular, perderam seus empregos, em geral informais, e suas moradias. Eles costumam chegar ao país depois tenta emigrar ilegalmente por mar para a Europa.

De acordo com o Ministério do Interior italiano, mais de 14 mil migrantes chegaram à Itália desde o início do ano, em comparação com pouco mais de 5,3 mil no mesmo período do ano passado e 4,3 mil em 2021.

Com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.