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ONG alemã denuncia que barco de resgate humanitário está imobilizado por autoridades italianas

O navio humanitário da ONG alemã Louise Michel, que resgata migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo, está imobilizado desde sábado na ilha de Lampedusa pelas autoridades italianas, anunciou no domingo (26) a organização.

Foto sem data do navio Louise Michel, que resgate migrantes no Mediterrâneo.
Foto sem data do navio Louise Michel, que resgate migrantes no Mediterrâneo. © via REUTERS - MV Louise MichelR
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“Sabemos que há dezenas de barcos em perigo à volta da ilha neste preciso momento, mas estamos impedidos de resgatá-los. Isto é inaceitável!”, denunciou a ONG na sua conta de Twitter.

Em nota, a guarda costeira italiana confirmou a imobilização do antigo navio da Marinha francesa, decorado pelo artista plástico Banksy, um de seus patrocinadores.

Depois de realizar uma primeira operação de salvamento em águas líbias, o Louise Michel foi orientado a seguir para o porto de Trapani, na Sicília, mas “não cumpriu a liminar, dirigindo-se a três outros barcos de migrantes”, afirmaram.

Desde que assumiu o cargo em outubro de 2022, o executivo italiano, com maioria de extrema-direita, multiplicou os obstáculos à operação de navios humanitários no Mediterrâneo e travou um impasse com seus parceiros europeus para obter deles mais solidariedade na recepção de migrantes.

Rota mortal

Um decreto que entrou em vigor no início deste ano exige que os navios humanitários realizem apenas um resgate por vez, o que, segundo críticos, aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo, considerado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) como a migração mais perigosa rota do mundo.

A agência da ONU estima que, em 2022, 1.417 migrantes desapareceram na região.

No caso do Louise Michel, um navio de modestas dimensões (30 metros), a proibição imposta de realizar várias intervenções ao mesmo tempo visava evitar que "recebesse a bordo um número de pessoas que pudesse pôr em causa a sua segurança e a dos barcos de migrantes que eles resgatam", argumentou a guarda costeira italiana.

Nos últimos dias, milhares de migrantes desembarcaram na ilha de Lampedusa, na costa leste da Tunísia, a bordo de seus próprios barcos ou barcos da guarda costeira italiana. O Louise Michel, por sua vez, resgatou 180 pessoas no mar antes de deixá-las na ilha.

Apesar de as ONGs transportam apenas uma pequena porcentagem de migrantes, o governo italiano as acusa de estimular suas chegadas e encorajar os traficantes.

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