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Um pulo em Paris

Cinema brasileiro brilha em festivais na Holanda, França e na Berlinale 2024

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Foi dada a largada para o primeiro dos grandes festivais europeus de cinema do ano, o Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale. Produções brasileiras marcam presença competindo em várias categorias na capital alemã. O Brasil, aliás, já brilhou neste começo de ano em outros importantes festivais europeus.

Cena de "Betânia", longa de Marcelo Botta que concorre na mostra Panorama da Berlinale 2024.
Cena de "Betânia", longa de Marcelo Botta que concorre na mostra Panorama da Berlinale 2024. © Divulgação
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Daniella Franco, da RFI

No total, nesta 74a edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, mais de 230 filmes serão exibidos, entre eles, 20 na competição principal. Desde “Todos os mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, em 2020, o Brasil não é selecionado para a maior mostra da Berlinale.

No entanto, para uma das seções mais prestigiosas do evento, a Panorama, o país conta com um representante de peso: o longa-metragem “Betânia”, de Marcelo Botta, que fará sua estreia internacional em Berlim. Com os Lençóis Maranhenses como cenário, o filme conta a história da parteira Betânia, sua luta para sobreviver e manter a família, depois de uma série de tragédias.

Na mostra Encounters, a diretora paulista Juliana Rojas compete com o longa “Cidade; Campo”. O filme retrata duas histórias de migração: a ida da trabalhadora rural Joana para São Paulo, e a mudança das personagens Flávia e Mara a uma casa abandonada. Como pano de fundo, Rojas traz a luta de classes, um tema a diretora aborda com maestria a exemplo de filmes anteriores, o “Trabalhar Cansa” e os “As Boas Maneiras”, que dirigiu junto com Marco Dutra.

O Brasil também é representado por dois curtas-metragens. “Lapso”, da mineira Caroline Cavalcanti, concorre na mostra Generation14Plus, e aborda a vida dos jovens da periferia de Belo Horizonte, fala de violência policial e traz à tona também os desafios de pessoas com deficiência auditiva.

Na seção Forum Expanded, o documentário “Quebrante”, da paulistana Janaina Wagner, resgata a polêmica história da construção da rodovia Transamazônica, entre o norte e o nordeste do Brasil, através do relato da professora paraense Erismar.

Neste sábado (17) estreia na mostra Encounters “Dormir de Olhos Abertos”, da diretora alemã Nele Wohlatz, com produção do pernambucano Kleber Mendonça Filho e direção de arte do paulista Diogo Hayashi. O longa de ficção rodado no Recife fala da saga de imigrantes chineses vivendo em condições desumanas em um condomínio de luxo, onde são hostilizados pela elite branca.

Festivais na França e na Holanda

Um pouco antes do início da Berlinale, no início deste mês, o cinema brasileiro já se destacava nos primeiros eventos do ano na Europa dedicados à sétima arte. No Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, o maior deste gênero no mundo, o Brasil levou duas produções para as competições oficiais: o curta de ficção "Pássaro memória", de Leonardo Martinelli e o documentário "Até onde o mundo alcança", de Daniel Frota de Abreu.

Já ao Festival Internacional do Filme de Roterdã, na Holanda, realizado de 25 de janeiro a 4 de fevereiro, o Brasil levou nove representantes. Entre eles, esteve “Praia Formosa”, da diretora carioca Julia de Simone, que participou da Tiger Competition, a mostra que é vitrine do evento.

O longa “Levante”, de Lillah Halla, ficou com o prêmio de melhor filme do júri jovem em Roterdã. Focado na temática do aborto, o júri considerou o trabalho “ousado e destemido”, “que leva uma mensagem poderosa” e que “permanece com os espectadores muito depois de eles saírem do cinema”.

“Levante” também levou o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema Latino-Americano de Biarritz, em 2023.

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