Cannes faz homenagem a filmes selecionados no ano passado, incluindo brasileiro “Casa de Antiguidades”
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O cineasta João Paulo Maria Miranda participa de tapete vermelho nesta terça-feira (13), que reúne filmes da edição do festival cancelado no ano passado. Ele fala à RFI sobre novos projetos e sobre a situação da cultura no Brasil, que passa “pelo pior governo de todos os tempos”.
Patricia Moribe, enviada especial a Cannes
“Ainda estamos passando por um momento delicado”, diz o cineasta sobre a pandemia. “Eu mesmo dizia que não era o momento, no ano passado, de ter tapete vermelho, mesmo o filme tendo sido selecionado para a competição oficial”, acrescenta. “Mas só de ter esse selo especial, da seleção de 2020, para mim é muito importante, ainda mais por ser meu primeiro longa-metragem”.
“Casa de Antiguidades”, que traz o lendário Antonio Pitanga no papel principal, vem desde então colecionando prêmios importantes, como o Roger Ebert, em homenagem a um dos críticos americanos mais conhecidos, do Festival de Chicago, o Fipresci, dos críticos internacionais, o do sindicato da crítica da França e o de melhor cinematografia na Suécia.
O cineasta lembra que a revista Variety considerou no ano passado “Casa de Antiguidades” como um dos cinco filmes mais promissores ao Oscar.
O diretor aguarda com ansiedade o lançamento do filme em salas. A partir de outubro, ele deve ser exibido nos Estados Unidos. No Brasil, a previsão é até o final do ano, pela Pandora Filmes. Na França, os espectadores vão poder conhecer “Casa de Antiguidades” no começo do ano que vem.
Novos filmes
Miranda aproveita a estadia em Cannes para apresentar novos projetos. “Um deles se passa na Amazônia. Estou escrevendo o roteiro no momento, junto com Jacques Toulemonde, roteirista francês de Abraço da Serpente (2015), que mora na Colômbia”. O projeto é uma coprodução entre França e Brasil, através da RT, de Rodrigo Teixeira. O segundo longa-metragem em andamento será o primeiro do cineasta em inglês.
“Mesmo não tendo sido exibido em Cannes, ‘Casa de Antiguidades’ abriu muitas portas”, conta o cineasta. Miranda tem ainda a proposta de um filme em realidade virtual para ser exibido em museu e agora é também representado por uma agência na Califórnia, que vai lhe apresentar roteiros e propostas. “Tudo vai depender do material, eu quero continuar com a minha assinatura muito forte de cinema de autor”.
Sobre o sucateamento da cultura no Brasil, João Paulo diz que o Brasil vive o pior momento de sua história. “Nunca tivemos um governo tão corrupto, como está se provando com a CPI”, diz. “Esse presidente atual é um inimigo” do Brasil.
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