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A Semana na Imprensa

Qual o futuro de Taiwan após eleição de presidente contra a unificação com a China?

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As revistas semanais francesas analisam a eleição de um neto de um mineiro opositor do regime de Pequim em Taiwan, em 13 de janeiro. A escolha de Lai Ching, 64 anos, que vai assumir em 20 de maio a liderança da ilha cujo nome oficialmente ainda está ligado à Pequim, gera desconforto na China continental e acende a esperança dos taiwaneses que sonham com independência.  

O vice-presidente de Taiwan, Lai Ching, também conhecido como William Lai, comemora sua vitória em Taipei, Taiwan, no sábado, 13 de janeiro de 2024. O candidato do partido no poder venceu as eleições presidenciais de Taiwan. (Foto AP/Louise Delmotte)
O vice-presidente de Taiwan, Lai Ching, também conhecido como William Lai, comemora sua vitória em Taipei, Taiwan, no sábado, 13 de janeiro de 2024. O candidato do partido no poder venceu as eleições presidenciais de Taiwan. (Foto AP/Louise Delmotte) AP - Louise Delmotte
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A revista Le Point destaca a fala de Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês: “Taiwan não é um país e jamais será”, disse após a eleição de Lai Ching. Segundo a reportagem, o presidente escolhido está há muito tempo no visor do Partido Comunista chinês, uma vez que integra o Partido Democrata Progressista, fundado em 1986 em defesa da independência de Taiwan. 

A publicação semanal descreve o perfil do “médico que sacrificou sua carreira para se tornar político”. Lai foi eleito deputado em 2000, quando já enfrentava situação semelhante à de hoje: fazer parte de um grupo político sem maioria na Assembleia. 

“O filho de proletário tomou gosto pela cultura”, afirma a revista, que descreve o novo presidente como um amante das artes e do teatro, que não mediu esforços para realizar grandes mostras culturais em Taiwan.    

Agora que foi eleito presidente, a questão que faz os chineses “suarem frio” é se ele fará uma declaração pela independência, analisa Le Point

Intimidação

A revista L'Express relata que Pequim fez de tudo para que os taiwaneses não votassem em Lai Ching, “inclusive lançar um satélite de observação sobre a ilha”. Mas “apesar de todas as tentativas de intimidação, os taiwaneses deram as rédeas do país ao candidato detestado pela China”, eleito com 40,1% dos votos. 

Graças a ele, o Partido Democrata Progressista, contrário à unificação com a China, continua à frente do país oito anos após a eleição de Tsai Ing-Wen. A reportagem destaca que as autoridades chinesas não escondem seu descontentamento diante da ascensão política de um homem “separatista”, “criador de problemas” e “perigoso”, de acordo com Pequim. Quando foi primeiro-ministro, em 2017, Lai já era considerado um “ativista pragmático pela independência de Taiwan". 

A China considera que Taiwan faz parte de seu território e que nenhum país com relações diplomáticas com a China pode tê-las com Taipei. 

Diante da chegada de Lai Ching ao poder, a revista acredita que as demonstrações do poderio bélico chinês devem continuar a aumentar em 2024, com novas incursões de navios de guerra e aviões de caça.  

Combativo, em seu primeiro discurso após a eleição, Lai prometeu “proteger Taiwan das ameaças e intimidações da China”.  

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