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Taiwan inicia apuração de votação para presidente e Legislativo sob ameaças de Pequim

Os resultados das eleições para presidente, vice e 113 representantes do poder Legislativo em Taiwan serão conhecidos nas próximas horas. No início da noite de sábado (13), o vice-presidente Lai Ching-te, defensor da independência da ilha e representante do Partido Democrático Progressista (DPP), liderava a apuração com 41,6% dos votos, segundo resultados oficiais que abrangem mais de 60% das seções eleitorais.

Mesário faz contagem de boletins de voto durante apuração em seção eleitoral de Taipei, capital de Taiwan.
Mesário faz contagem de boletins de voto durante apuração em seção eleitoral de Taipei, capital de Taiwan. AP - Louise Delmotte
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Dezenove milhões de eleitores taiwaneses foram convocados às urnas para uma votação que irá definir parte do futuro da Ásia e da geopolítica mundial nos próximos meses, uma vez que a China reivindica soberania sobre a ilha. As seções eleitorais fecharam às 5h, no horário de Brasília.

A China acompanha de perto a apuração e prometeu “esmagar” qualquer anseio de independência de Taiwan. Três candidatos disputam a presidência na eleição de um turno: o atual vice-presidente e favorito, Lai Ching-te, do DPP; Yu-ih, do Kuomintang (KMT), principal líder de oposição e favorável a uma aproximação com a China; e Ko Wen-je, do pequeno Partido Popular de Taiwan (TPP), considerado antissistema. 

Durante todo o dia, longas filas se formaram diante das seções eleitorais. Milhares de taiwaneses residentes no exterior voltaram à ilha para votar, uma vez que o voto fora de Taiwan foi proibido. Em 2020, a participação foi próxima dos 75% neste território de 23 milhões de habitantes, localizado a 180 quilômetros da costa chinesa e aclamado como modelo de democracia na Ásia.

O partido pró-independência DDP poderá perder a maioria que tem atualmente no Parlamento. “Por favor, votem para mostrar a vitalidade da democracia taiwanesa”, disse o candidato Lai Ching-te no sábado, antes de depositar seu voto na urna, em um colégio em Tainan (sul). “Todos deveríamos valorizar a nossa democracia e votar com entusiasmo”, declarou o candidato.

O opositor Hou Yu-ih disse esperar que “qualquer que seja a turbulência que tenha marcado o processo eleitoral, todos se unirão após a votação para enfrentar o futuro de Taiwan”.

Futuro de parte da Ásia está em jogo

Os interesses do presidente chinês, Xi Jinping, em Taiwan vão além do aspecto nacionalista de sua política expansionista. Vários fatores envolvem a rivalidade econômica com os Estados Unidos, pois Taiwan produz 92% dos semicondutores ultramodernos utilizados pela indústria em todo o mundo e geograficamente oferece um acesso mais rápido para os navios chineses alcançarem o Pacífico.

Durante toda a semana, Pequim aumentou a pressão diplomática e militar sobre o território autônomo. Na quinta-feira (11), cinco balões chineses cruzaram a linha mediana que separa Taiwan da China continental, segundo o Ministério da Defesa taiwanês, que também avistou dez aviões e seis navios de guerra na área. No último ano, a China fez 1.800 investidas militares ao redor da ilha. 

Neste sábado, jornalistas da AFP observaram um avião de combate chinês sobre a cidade de Pingtan, a mais próxima de Taiwan. Na rede social chinesa Weibo, a hashtag “Eleições em Taiwan” foi bloqueada pela manhã. Pequim apelou aos eleitores para que fizessem “a escolha certa” e o Exército chinês prometeu “esmagar” qualquer anseio de “independência” dos taiwaneses. Entretanto, as ameaças não parecem ter intimidado os eleitores, que votaram ao longo do dia sem maiores incidentes. 

Com AFP

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