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A Semana na Imprensa

O mundo frente à ameaça islâmica: revistas francesas analisam aspectos históricos e políticos do conflito

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As revistas francesas desta semana questionam se a França e os países ocidentais “estão à altura” do desafio imposto pelo terrorismo islâmico.

Um homem agita uma bandeira palestina em Beirute, no Líbano, durante uma manifestação em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza. Em 18 de outubro de 2023.
Um homem agita uma bandeira palestina em Beirute, no Líbano, durante uma manifestação em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza. Em 18 de outubro de 2023. AFP - IBRAHIM AMRO
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A Le Point traz às bancas uma edição especial, com mais de 100 páginas, em que reúne reportagens sobre a atualidade do conflito entre o grupo extremista Hamas e Israel, mas também as suas origens. “Com sua ideologia, os radicais islâmicos tentam reescrever a história para explicar que os judeus não deveriam estar em suas terras ancestrais”, explica uma das matérias dedicadas a “acabar com a ignorância sobre o tema”.

De acordo com o texto, recheado de referências a historiadores, “os manifestantes que defendem o Hamas utilizam a palavra Palestina sem saber que, durante séculos, ela significou Estado judeu”. A reportagem afirma que o “islamismo vive numa realidade paralela ou uma aventura humana que começa com o aparecimento de Maomé, no século VII de nossa era, como se nada tivesse existido antes”. E que a jihad, portanto, é uma “forma de combater a invasão sionista israelense”.

A revista semanal traz um perfil do professor Dominique Bernard, assassinado na França por um terrorista, e descreve o medo da comunidade escolar no país: “quem será o próximo?”, pergunta.

Na mesma linha, o filósofo Pierre-Henri Tavoillot explica que para o Boko Haram, outro grupo radical islâmico e cujo nome significa “livro”, a “educação ocidental é um pecado” e por isso professores acabam virando alvo.

A Le Point ainda analisa a nova lei de Imigração, a ser analisada pelo Legislativo francês, e que é apontada como uma reação do poder público à ameaça de ataques. Alguns analistas ouvidos pela reportagem, no entanto, dizem que a jihad na França começou muito antes dos atentados ao jornal satírico Charlie Hebdo.

A revista L’OBS também se aprofunda na luta da França contra o jihadismo islâmico, relembrando os atentados recentes e a guerra no campo político, em que “a extrema direita capitaliza” sobre a tragédia.

A semanal também traz um dossiê especial sobre a guerra no Oriente Médio, abordando três aspectos: a catástrofe humanitária, o risco de um contágio regional da violência e o retorno da ameaça terrorista. A revista compara a mobilização da diplomacia internacional a “bombeiros sem capacidade de apagar o incêndio”, enumerando como uma das causas para a situação atual “o desinteresse das potências ocidentais pelo Oriente Medio” nos últimos anos.

A publicação também abre espaço a dois jornalistas de Gaza que contam o drama neste enclave palestino “bloqueado do mundo”, onde falta água, comida e eletricidade. A revista francesa retoma a história da Faixa de Gaza, para “onde os palestinos foram empurrados para viver numa prisão a céu aberto, em 1948”. Ainda segundo o texto, há 16 anos o Hamas “instrumentaliza o sofrimento de 2,3 milhões de pessoas”.

A L’OBS conta quem são os quase 200 reféns que foram sequestrados pelo Hamas no dia 7 de outubro e como os parentes israelenses das vítimas apontam a responsabilidade ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo que ocorre agora. 

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