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Gaza sitiada: passagem de Rafah deve ser aberta à ajuda humanitária até sábado, diz ONU

Embora o secretário-geral da ONU, António Guterres, tenha defendido na quinta-feira (18) no Cairo um “acesso rápido e desimpedido” à ajuda humanitária a Gaza, a operação que deveria começar nesta sexta-feira (20) deverá ser adiada. A ajuda humanitária poderá entrar “amanhã” (sábado), disse hoje o gestor de emergências da ONU, Martin Griffiths.

Caminhões carregados de ajuda humanitária estacionados perto da passagem de fronteira de Rafah, no lado egípcio. Em 19 de outubro de 2023.
Caminhões carregados de ajuda humanitária estacionados perto da passagem de fronteira de Rafah, no lado egípcio. Em 19 de outubro de 2023. REUTERS - STRINGER
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Cerca de 2,3 milhões de pessoas aguardam desesperadamente a abertura do posto de passagem de Rafah, por onde deverão entrar os caminhões de ajuda humanitária internacional. “Estamos em negociações extensas e avançadas com todas as partes envolvidas para garantir que uma operação de ajuda em Gaza comece o mais rápido possível”, disse Griffiths, citado por um porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), em Genebra.

Nesta sexta-feira, foram removidos blocos de concreto instalados pelos egípcios após os bombardeios de Israel nesta fronteira com Gaza, o que indica uma abertura iminente. Porém, questionado durante a conferência de imprensa regular da ONU em Genebra, o porta-voz Jens Laerke explicou que não era capaz de ser mais preciso sobre a abertura da passagem de Rafah, o único ponto de entrada no território palestino que não é controlado por Israel.

Laerke expressou “a esperança de que as entregas possam começar o mais rápido possível, de uma forma segura, sustentável e, esperançosamente, de uma forma que possa ser ampliada”.

Martin Griffiths e o secretário-geral da ONU, António Guterres, estão no Egito para negociar os detalhes dessa operação, especialmente com as autoridades egípcias.

O canal AlQahera News, próximo da inteligência egípcia, disse na noite de quinta-feira que o ponto de passagem de Rafah seria aberto nesta sexta-feira.

"Gota no oceano"

Israel indicou que aceita a passagem de ajuda estritamente humanitária na Faixa de Gaza, mas ainda não respondeu ao pedido urgente da ONU e das ONGs para permitir, também, a entrada de combustível para os geradores de hospitais, fábricas de dessalinização e padarias.

Os comboios de ajuda humanitária, que esperam há dias na fronteira egípcia para entrar para a Faixa de Gaza, estão bloqueados em Rafah.

A quantidade de material a ser enviado a Gaza não deve ser suficiente. Em Genebra, o diretor de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu o acordo celebrado entre o presidente norte-americano Joe Biden e o Egito como uma “gota no oceano de necessidades”, ao autorizar a entrada de 20 caminhões. “Seriam necessários 2.000 caminhões”, disse Michael Ryan.

Mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelense por homens do Hamas desde 7 de outubro, primeiro dia do ataque de combatentes do movimento islâmico palestino realizado a partir de Gaza, segundo os números divulgados por autoridades israelenses. Cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controle das áreas atacadas, de acordo com o Exército.

Na Faixa de Gaza, mais de 3.700 palestinos, a maioria civis, foram mortos em incessantes bombardeios em retaliação do Exército israelense, segundo o último relatório das autoridades locais.

 

(Com informações da AFP)

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