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Secas e conflitos ameaçam três áreas importantes de rotas marítimas, alerta ONU

O transporte marítimo não enfrenta tantas dificuldades desde a crise da Covid-19, que perturbou todas as cadeias de abastecimento do planeta. As tensões geopolíticas e as alterações climáticas estão remodelando as rotas percorridas pelos navios, aumentando o preço final para milhões de pessoas, alerta a ONU.

Imagem de arquivo mostram navios que espera passar pelo Canal do Panamá (25/08/23).
Imagem de arquivo mostram navios que espera passar pelo Canal do Panamá (25/08/23). AP - Agustin Herrera
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A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) divulgou nesta semana o relatório “Navegando em Águas Turbulentas”, sobre o impacto no comércio global da interrupção das rotas marítimas no Mar Vermelho, Mar Negro e no Canal do Panamá. São três regiões em perigo ao mesmo tempo, “com implicações de longo alcance para a inflação e a segurança alimentar e energética”, diz o estudo.

O relatório explica que desde novembro do ano passado, perto do Canal de Suez, no Mar Vemelho, os rebeldes islâmicos houthi, do Iêmen, vêm atacando navios mercantes que tenham ligação com Israel, por causa do conflito na Faixa de Gaza.

Isso faz com que muitos cargueiros tenham que passar pelo Cabo da Boa Esperança, um percurso mais longo, caro e poluente. As tarifas para transporte de contêineres da China dobraram em média desde o início de dezembro. Desde o começo do ano, o Egito arrecadou apenas metade do que o habitual com a passagem de navios pelo Canal de Suez. A Unctad estima que os trânsitos que passam pelo Canal de Suez diminuíram 42% em comparação com o seu pico. 

A crise do Mar Vermelho agrava as perturbações em curso no Mar Negro devido à guerra na Ucrânia, que entra em seu terceiro ano, provocando mudanças nas rotas comerciais de petróleo e cereais e alterando os padrões estabelecidos.

Secas

Já no Canal do Panamá, uma artéria crítica que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, o desafio é climático. As secas fizeram baixar o nível das águas, reduzindo pela metade a passagem de navios em relação a janeiro de 2022. A diminuição dos níveis de água levantou preocupações sobre a resiliência a longo prazo das cadeias de abastecimento globais, sublinhando a fragilidade da infraestrutura comercial mundial.

A Unctad alerta para desafios excepcionais a serem superados. A conferência da ONU explica que essas perturbações contribuem para aumentar os preços de alimentos, automóveis e até do petróleo. Equador, Quênia e Egito estão entre os países mais ameaçados.

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