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Desabamento em mina de ouro deixa mais de 70 mortos no Mali

Mais de 70 pessoas morreram no desabamento de uma galeria de uma mina de ouro, nesta sexta-feira (24) no sudoeste do Mali, na África Ocidental. Acidentes de mineração não são raros nessa região do país, um dos principais produtores de ouro no continente, e um dos mais pobres.

A prática de garimpo de ouro existe há séculos no Mali. A foto mostra túneis usados ​​por mineradores, em Koflatie, em 28 de outubro de 2014 (foto ilustrativa).
A prática de garimpo de ouro existe há séculos no Mali. A foto mostra túneis usados ​​por mineradores, em Koflatie, em 28 de outubro de 2014 (foto ilustrativa). © Sébastien Rieussec / AFP
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"Tudo começou com um barulho. A terra começou a tremer. Havia mais de 200 garimpeiros no terreno. A busca terminou agora. Encontramos 73 corpos", disse Oumar Sidibé, uma liderança entre os garimpeiros de Kangaba. O número de vítimas foi confirmado por uma autoridade local.

Num comunicado de imprensa, o Ministério das Minas do Mali mencionou a morte de vários garimpeiros, sem fornecer números precisos. O governo apresentou “as suas mais tristes condolências às famílias enlutadas e ao povo do Mali”.

As autoridades também alertaram “as comunidades que vivem perto dos locais de mineração e dos garimpos a respeitarem escrupulosamente os requisitos de segurança e a trabalharem apenas em áreas dedicadas ao garimpo de ouro”.

Os locais de garimpo de ouro são regularmente palco de deslizamentos de terra mortais nessa região do Sahel [área de transição entre o deserto do Saara, ao norte, e o Sudão, ao sul - região africana que inclui 10 países], onde as autoridades lutam para controlar a mineração artesanal de ouro, uma atividade perigosa.

Em fevereiro de 2022, a explosão de dinamite numa exploração de ouro artesanal matou pelo menos 59 pessoas no sudoeste de Burkina Faso. Os acidentes também são regularmente registrados na Guiné, no Senegal e nas regiões fronteiriças do oeste do Mali.

O ouro é responsável por 10% do PIB

Com 72,2 toneladas produzidas em 2022 (incluindo 6 toneladas pelo garimpo artesanal de ouro), só esse metal contribuiu para 25% do orçamento nacional no Mali, 75% das receitas de exportação e 10% do PIB, de acordo com resultados de março de 2023, divulgados pelo então ministro das Minas, Lamine Seydou Traoré.

Tal como outros governos na África, a junta que tomou o poder no Mali em 2020 expressou o desejo de partilhar a sua riqueza com o país. As minas artesanais continuam a prosperar e a atrair milhares de mineiros de ouro de toda a sub-região em busca de riqueza.

Em agosto de 2023, o governo adotou um novo código de mineração que permite ao Estado ter até 30% de participação em novos projetos.

O setor mineiro do Mali é dominado por grupos estrangeiros, como os canadenses Barrick Gold e B2Gold, os australianos do Resolute Mining e os britânicos da Hummingbird Resources, que operam apesar da expansão jihadista islâmica e da instabilidade política a que o país está sujeito, há anos.

(Com AFP)

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