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Três meses de guerra em Gaza: foco de Israel agora é desmantelar Hamas no sul do território palestino

Neste domingo (7) completam-se três meses da guerra entre o grupo islâmico Hamas e Israel, sem nenhum sinal de trégua. Tel Aviv afirma ter “desmantelado” a “estrutura militar” da organização palestina no norte de Gaza e o foco agora é fazer o mesmo no sul do território.

Homem carrega corpo de criança atingida por bombardeio em Khan Yunis no sábado, 6 de janeiro de 2024.
Homem carrega corpo de criança atingida por bombardeio em Khan Yunis no sábado, 6 de janeiro de 2024. AP - Mohammed Dahman
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Ataques aéreos israelenses ocorreram durante a noite em Khan Yunes, a principal cidade do sul da Faixa de Gaza e o novo epicentro dos confrontos. A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou durante a noite que evacuou o seu pessoal de um hospital no centro do enclave, alvo de intensos bombardeios desde os ataques terroristas promovidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro passado.

“Estamos agora concentrados no centro e no sul”, disse o porta-voz do exército, Daniel Hagari, especificando, no entanto, que integrantes do Hamas ainda operavam no norte “sem estrutura e sem comandante”.

Tel Aviv prometeu destruir o grupo islâmico após o ataque sem precedentes ao seu território, que matou cerca de 1.140 pessoas, principalmente civis, e resultou no sequestro de outras 250 pessoas, das quais cerca de uma centena foram libertadas durante uma trégua no final de novembro.

Em reação, a ofensiva israelense deixou 22.722 mortos na sitiada Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o ministério da saúde do Hamas. Os bombardeios destruíram bairros inteiros, forçaram 85% da população a fugir e causaram uma crise humanitária catastrófica, segundo a ONU.

Na manhã deste domingo (7), na Cisjordânia ocupada, um ataque israelense matou seis pessoas em Jenin, um reduto de facções palestinas, informou a Autoridade Nacional Palestina. Um oficial israelense foi morto em uma explosão de munições, disse a polícia.

Protestos contra Netanyahu

Apesar da pressão internacional e dos apelos por um cessar-fogo, Israel permanece inflexível. “A guerra não deve parar até que tenhamos alcançado [nossos objetivos], que são “eliminar o Hamas, recuperar os reféns e garantir que Gaza não seja mais uma ameaça para Israel”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no sábado à noite.

Ao mesmo tempo, em Tel Aviv, manifestantes contrários ao governo israelense se reuniram para pedir eleições antecipadas e a renúncia de Benjamin Netanyahu.

"Já chega! Já chega!", afirmou Shachaf Netzer, 54 anos, à AFP no local. "Precisamos de novas eleições. Precisamos de um novo governo. Precisamos de um novo líder."

Manifestante participa de protesto em Paris contra a guerra em Gaza. (06/01/2024)
Manifestante participa de protesto em Paris contra a guerra em Gaza. (06/01/2024) © Thibault Camus / AP
Em Paris e em várias cidades francesas, milhares de pessoas se manifestaram por um “cessar-fogo” e em apoio à população de Gaza.

Giro regional de Blinken

Enquanto isso, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, segue o seu giro no Oriente Médio para tentar evitar uma escalada regional do conflito em Gaza. Os Estados Unidos são o maior apoiador político e militar de Israel.

Neste domingo, Blinken está na Jordânia, onde tem reuniões com o rei Abdullah II e visita um centro do Programa Alimentar Mundial da ONU.

Durante um breve discurso no sábado à noite, em uma rápida parada em Creta, na Grécia, ele disse que “uma das verdadeiras preocupações é a fronteira entre Israel e o Líbano". Ele garantiu que os Estados Unidos "querem fazer todo o possível para garantir que o conflito não se espalhe”.

De sexta para sábado, o movimento islâmico libanês Hezbollah disparou dezenas de foguetes contra o norte de Israel, na primeira resposta à eliminação do número dois do Hamas, Saleh al-Aruri, morto na terça-feira em um ataque de drones nos subúrbios de Beirute, um reduto do grupo armado.

Depois da Jordânia, Blinken vai para o Catar, que desempenhou um papel de mediador da trégua entre Israel e o Hamas palestino no final de novembro. Depois, o secretário de Estado segue para Abu Dhabi, Arábia Saudita e Israel – onde Blinken espera ter conversas que "não serão fáceis", como ele próprio definiu.

Com informações da AFP

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